Dois projetistas de valores conversavam sobre a importância da Semana de Arte Moderna de 1922 para o desenvolvimento das artes no Brasil. Um dos profissionais afirmou que aquela semana foi um marco para a modernidade da pintura no país, pois rompeu com a tradição acadêmica e estimulou artistas tímidos e hesitantes. Foi um verdadeiro festival dadaísta que chocou o conservadorismo burguês. O outro projetista aquiesceu, complementando enfaticamente que, naquele acontecimento cultural, os seus idealizadores, na verdade, pretendiam
a) desprezar a arte europeia, principalmente as tendências que consideravam anacrônicas, como o cezanismo e o cubismo.
b) criar formas que pudessem ser consideradas brasileiras, em um surto de nacionalismo, resultado do desenvolvimento industrial do país.
c) enaltecer novos artistas, principalmente os proscritos como Monteiro Lobato, considerado o primeiro escritor moderno brasileiro por criar uma literatura infantil.
d) suplantar esteticamente dois outros eventos culturais que já tinham acontecido, o Pau Brasil e o Antropofágico, que não geraram nenhuma repercussão pública.
e) obliterar o interesse pelas artes indígenas e populares que o academismo tanto exultava em telas de Visconti, como "O bom índio" e "Luar sobre a favela".