Leia o texto a seguir.
“Tudo aponta para o fato de que o Estado está se redefinindo,
em função não só de seus problemas estruturais, herdados da
tradição da dominação patrimonial e oligárquica. A propósito
dessas mudanças, fala-se muito, condenando, em Estado
mínimo no Brasil como se fosse o Estado da ideologia
econômica neoliberal. No meu modo de ver, são coisas
diferentes. O que está acontecendo no Brasil, com a reforma do
Estado, é sobretudo a desoligarquização do Estado, ou seja,
uma modernização do Estado.”
MARTINS, José de Sousa. A Sociedade vista do abismo. Novos estudos
sobre exclusão, pobreza e classes sociais. Petrópolis: Vozes, 2002, p.
176.
O texto acima acaba se opondo a uma corrente
interpretativa majoritária na sociologia brasileira a respeito
dessa temática, que define o novo Estado brasileiro como
“neoliberal”. A posição de Martins pode ser denominada
“modernizadora” e a dos que ele contesta como sendo
“neoliberal”. Essas duas posições expressam, respectivamente:
a) uma oposição entre a concepção marxista e a concepção
weberiana de explicação do estado brasileiro.
b) uma interpretação materialista da evolução política
brasileira como contraponto a uma intepretação idealista.
c) uma concepção civilista que critica e busca superar uma
análise estatista da modernidade política brasileira.
d) uma tese que parte da evolução política brasileira e uma
análise que se baseia nas mudanças internacionais.