Essa cristandade [na América colonial espanhola] não poderia ser a simples reprodução do modelo europeu, então dilacerado pelo cisma luterano, e depois pelas guerras de religião. Ela exigia o estabelecimento rápido de uma infraestrutura material colossal (...), pois reunia populações novas, vindas da Europa e da África (...), e muitos milhões de autóctones a evangelizar (...). Em menos de um século, dioceses, províncias monásticas, oficialidades, bispos, um clero secular e regular (...) desdobraram um tabuleiro humano e institucional imitado da Península, sob olhar vigilante da Coroa espanhola.Bernand, C.; Gruzinski, S. História do Novo Mundo 2: As Mestiçagens . São Paulo: EDUSP, 2006, p.348.
a) As ações da Igreja Católica apoiaram-se nas lideranças religiosas indígenas, visto que o clero católico buscou estabelecer uma cooperação entre europeus e nativos para alcançar o maior número de conversões para o cristianismo.
b) A aproximação entre católicos e luteranos foi importante nos empreendimentos de evangelização dos índios no Novo Mundo, pois os dois grupos trabalharam conjuntamente para a conquista espiritual dos nativos.
c) A Coroa espanhola não incentivou a obra missionária católica voltada para os índios, tendo em vista que considerava a colonização da América como uma ação comercial e militar, e não religiosa.
d) A atuação missionária da Igreja Católica na América estava igualmente inserida no contexto da Contra-Reforma, quando a proliferação de igrejas protestantes impôs uma diminuição do número de fiéis católicos na Europa.
e) O fato de os índios não terem sido considerados humanos pelos europeus limitou a política missionária católica no Novo Mundo, restando à Igreja centrar sua atuação na evangelização das populações européias e africanas.