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Os pés do pavão
Andando pelo jardim, um pavão exibia orgulhosamente o esplendor de sua cauda, imensa, tão colorida...
Um corvo ficou contemplando aquela ave orgulhosa. Falou:
- Bela plumagem, hem, amigo?
- Ousa falar comigo, corvo insignificante? Ousa dirigir a palavra a mim, você, que é negro e agourento, desprezível?
O corvo ficou muito irritado. E não deixou por menos:
- As penas podem ser bonitas, amigo, mas eu é que não gostaria de ter pés como os seus.
- O que têm eles? - falou o pavão, olhando os próprios pés.
- São abertos, irregulares. Não servem para agarrar, mal lhe dão apoio para andar... Não, amigo. Fique lá com suas penas, que eu prefiro minhas garras sólidas!
E foi-se embora voando, deixando o pavão pensativo, descobrindo uma grande verdade: Não há beleza sem senão.
Fábula recontada por Marcia Kupstas. Sete faces da fábula. São Paulo, Moderna, 1994.