Simulados Português Interpretação de Textos

ENEM - Simulado Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Simulado com questões de prova: ENEM - Simulado Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto. Resolva online grátis, confira o gabarito e baixe o PDF!

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1Q937063 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Bondade fazia jus ao apelido. Não tinha pouso certo. Morava em lugar algum, a não ser no coração de todos.
— Para que ter pouso certo? — dizia ele. — Homem devia ser que nem passarinho, ter asas para voar. Já rodei. Já vivi favela e mais favela, já vivi debaixo de pontes, viadutos... Já vivi matos e cidades. Já vaguei, vaguei... Muito tempo estou por aqui nesta favela. Aqui é grande como uma cidade. Há tanto barraco para entrar, tanta gente para se gostar!
O tempo ia passando, Bondade ficando ali. Comia em casa de um, bebia em casa de outro. Era amigo comum de dois ou mais inimigos. Não era traidor nem mediador também. Quando chegava à casa de um, por mais que indagassem, por mais que futricassem, Bondade não abria a boca. Desconversava, conversava, e a intriga morria logo. Vivia intensamente cada lugar em que chegava. Cada casa, cada pessoa, cada miséria e grandeza a seu tempo certo, no seu exato momento.

EVARISTO, C. Becos da memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2018.

No texto, o apelido dado ao personagem incorpora valores humanos relativos à sua
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2Q937064 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Saúde aprova implantação de 82 academias em praças públicas na PB

Setenta e oito municípios paraibanos deverão receber 82 unidades das Academias da Saúde, que são espaços apropriados para a prática de atividades físicas. Os equipamentos são montados ao ar livre, e a população tem orientação gratuita sobre o uso dos aparelhos para se exercitar. A implantação das academias faz parte de um plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis, cuja meta é reduzir as mortes prematuras em 2% ao ano. O objetivo é alcançar melhorias em indicadores relacionados ao tabagismo, ao álcool, ao sedentarismo, à alimentação inadequada e à obesidade.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 11 nov. 2011 (adaptado).


No texto, a atividade física é associada à prevenção de doenças crônicas, à redução da mortalidade e à promoção da saúde. A partir de uma perspectiva ampliada e crítica sobre o conceito de saúde, interpretada como resultado de múltiplos fatores, o texto
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3Q937065 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Duas castas de considerações fez de si para consigo o cauto Conselheiro. Primeiramente foi saltar-lhe ao nariz a evidência de que ministro não visita empregado público, ainda que in extremis, mesmo a uma braça, ou duas, acima do chapéu do amanuense mais bisonho. Também não visita escritor enfermo por ser escritor, e por estar enfermo. Seriam trabalhos, ambos, a que não se daria um ministro, nem sempre ocupado das cousas, altas ou baixas, do Estado.
O tempo ministerial não se vai perdulariamente, não se faz em farinhas. Os titulares esquivam-se até a suspirar, que os suspiros implicam o desperdício de minutos se o suspiro é de minutos, além de permitirem ilações perigosas sobre a estabilidade do ministro, quando não do próprio gabinete.
A segunda ponderação remeteu-o à certeza de que terminantemente chegavam ao cabo seus dias; e de que as esperanças eram aéreas, atado agora à cama até que o encerrassem na urna, como um voto eleitoral frio.
MARANHÃO, H. Memorial do fim: a morte de Machado de Assis. São Paulo: Marco Zero, 1991.

O texto relata o momento em que, no leito de morte, Machado de Assis recebe a visita do Barão do Rio Branco, ministro de Estado. Criando a cena, o narrador obtém expressividade ao
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4Q937066 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Foi o caso que um homenzinho, recém-aparecido na cidade, veio à casa do Meu Amigo, por questão de vida e morte, pedir providências. Meu Amigo sendo de vasto saber e pensar, poeta, professor, ex-sargento de cavalaria e delegado de polícia. Por tudo, talvez, costumava afirmar: — “A vida de um ser humano, entre outros seres humanos, é impossível. O que vemos é apenas milagre; salvo melhor raciocínio.” Meu Amigo sendo fatalista.
Na data e hora, estava-se em seu fundo de quintal, exercitando ao alvo, com carabinas e revólveres, revezadamente. Meu Amigo, a bom seguro que, no mundo, ninguém, jamais, atirou quanto ele tão bem — no agudo da pontaria e rapidez em sacar arma; gastava nisso, por dia, caixas de balas. Estava justamente especulando: — “Só quem entendia de tudo eram os gregos. A vida tem poucas possibilidades”. Fatalista como uma louça, o Meu Amigo. Sucedeu nesse comenos que o vieram chamar, que o homenzinho o procurava.

ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1967.


Os procedimentos de construção conferem originalidade ao estilo do autor e produzem, no fragmento, efeito de sentido apoiado na
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5Q937067 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Reciclagem de hábitos ajuda a enfrentar a crise

Todo início de ano as pessoas fazem uma lista de propósitos para serem perseguidos ao longo dos próximos 12 meses. Ao que tudo indica, o próximo ano será um período de extrema dificuldade. Reciclar pode ser uma alternativa.
Esse conceito — por ser muito abrangente — nos propicia uma reflexão. No dia a dia pessoal, dentro de casa, podemos reciclar roupas, sapatos, objetos de uso pessoal etc. Ou seja, ao adotarmos tal atitude, não gastamos o escasso e suado dinheiro disponível. Vale também minimizar desperdícios. A vantagem dessa “consciência ecológica” acaba por beneficiar o meio ambiente e também o bolso.
Reciclar hábitos é muito difícil. Quantos se lembram de apagar a luz quando deixam um ambiente? E de desligar o chuveiro quando estão se ensaboando?
Se estou desempregado ou com pouco dinheiro, não preciso ir à academia (e me endividar ainda mais) para cuidar da saúde. Caminhar pelos parques ou jardins pode ser uma alternativa. Quantas vezes nos deparamos com pessoas andando — ou correndo — nas ruas? Isso pode ser imitado. Não tem custo algum!
E nas finanças pessoais? Disciplina, disciplina. Reduzir o consumo desenfreado, os gastos desnecessários e pesquisar muito antes de comprar o que é realmente essencial: supermercado, farmácia etc. Na verdade, as compras passam por gestão. Se compro roupa nova (necessária), deixo para comprar sapato ou bolsa no mês que vem. Além de evitar o endividamento numa hora de emprego difícil e renda baixa, o planejamento de gastos torna-se essencial.
Quem consegue poupar R$ 10,00 por semana terá R$ 40,00 no final do mês. Ao longo do ano, terá acumulado quase R$ 500. Sem sofrimento. Não foi uma reciclagem de hábito?

CALIL, M. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).

Para convencer o leitor de que a reciclagem de hábitos ajuda a enfrentar a crise, o autor desse texto
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6Q937068 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

O boato insiste em ser um gênero da comunicação. Um rumor pode nascer da má-fé, do mal-entendido ou de uma trapalhada qualquer. O primeiro impulso é acreditar, porque: 1 - confiamos em quem o transmite; 2 - é fisicamente impossível verificar a veracidade de tudo; 3 - os meios de comunicação estão sistematicamente relapsos com a verificação de seus conteúdos e, se eles fazem isso, o que nos impede?
O boato não informa, mas ensina: mostra como uma sociedade se prepara para tomar posição. A nossa tem se aplicado na tarefa de desmantelar equipes de jornalistas que dão nome de “informação” a todo tipo de “copia e cola” difundido pela internet como se fosse um fato verídico. A comunicação atual depende, cada vez mais, do modo como vamos lidar com os rumores.
PEREIRA JR., L. C. Língua Portuguesa, n. 93, jul. 2013 (adaptado).


Em relação aos boatos que circulam ininterruptamente na internet, esse texto reconhece a importância da posição tomada pelo internauta leitor ao
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7Q937069 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Domésticas, de Fernando Meirelles e Nando Olival (2001)

Drama de trabalhadoras domésticas na cidade de São Paulo, mostradas a partir do cotidiano de Cida, Roxane, Quitéria, Raimunda e Créo. Uma quer se casar; a outra é casada, mas sonha com um marido melhor; uma sonha em ser artista de novela e a outra acredita que tem por missão na Terra servir a Deus e à sua patroa. Todas têm sonhos distintos, mas vivem a mesma realidade: trabalhar como empregada doméstica. Conduzido com humor (e uma trilha musical dos hits populares do Brasil brega dos anos 1970), o filme de Meirelles e Olival retrata o universo particular dessa categoria de trabalhadoras domésticas. É curioso que, em nenhum momento, aparecem patrões ou patroas. A narrativa de Domésticas se desenvolve segundo a ótica contingente das classes subalternas, dos de baixo, com seus anseios e sonhos, expectativas e frustrações. Não aparecem situações de luta social por direitos, o que sugere que o filme se detém na epiderme da consciência de classe contingente, expressando, desse modo, a fragmentação das perspectivas de vida e trajetórias das domésticas (quase como um destino, como observa na palavra final a doméstica Roxane). Do mesmo modo, ao retratar Zé Pequeno (em Cidade de Deus), Meirelles tratou sua sina de bandido quase como destino. É baseado na peça de teatro de Renata Melo (2005).
Disponível em: www.telacritica.org. Acesso em: 25 ago. 2017 (adaptado).

A sinopse, para convencer o leitor a assistir ao filme Domésticas, lança mão da seguinte estratégia de linguagem:
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8Q937070 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

TEXTO I

Há uma geração inteira sem conseguir emprego. Grande parte sonha com um concurso público. Não é novidade, multidões sempre correram atrás de emprego municipal, estadual ou federal. Espanta é a disposição para trabalhar em qualquer área, fora do que consideravam sua vocação. Em crise, vocação é ter salário. Há quem continue na casa dos pais, indefinidamente. Ou quem volte. O problema é que nem sempre dá certo. Mães e pais que têm aposentadoria ainda asseguram a sobrevivência dos filhos. É uma geração à deriva.
CARRASCO, W. Disponível em: http://epoca.globo.com. Acesso em: 23 ago. 2017 (adaptado).


TEXTO II

Ah, a casa da avó! Sinônimo de comidinha gostosa, muita brincadeira, vontades feitas. O imaginário de muita gente traz da infância as melhores lembranças da casa da avó. Mas o que para muitos é apenas um local para brincadeiras e férias, para outros, nos últimos tempos, tem sido sinônimo da casa principal, onde os netos moram e são criados.
Não só o mercado de trabalho levou as crianças para a casa das avós em tempo integral, mas também a sociedade moderna, com o divórcio e as novas constituições familiares. Com o divórcio, a correria do dia a dia no mercado de trabalho e a própria emancipação da mulher, muitas mães delegaram aos avós a tarefa de criar seus filhos.

MAIA, K. Disponível em: www.cnte.org.br. Acesso em: 23 ago. 2017 (adaptado).


Esses dois textos têm temáticas diferentes, na medida em que o Texto I trata da volta dos filhos à casa dos pais, e o Texto II, da permanência dos netos na casa dos avós. Entretanto, eles se aproximam no que diz respeito
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9Q937073 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

O lobo que não é mau

A primeira coisa a saber é que o guará não é, na verdade, um lobo. Embora seja o maior canídeo silvestre da América do Sul, sua espécie (Chrysocyon brachyurus) é de difícil classificação. Alguns cientistas dizem que é parente das raposas, outros, que é parente do cachorro-vinagre sul-americano. Mas, de lobo mesmo, ele não tem nada. Além disso, é um animal onívoro. Porém, em algumas regiões, a sua dieta chega a quase 70% de frutas, especialmente da lobeira, uma árvore típica das savanas brasileiras, que contribui para a saúde do animal, prevenindo um tipo de verminose que ataca os rins do guará.
O lobo-guará não é um animal perigoso ao homem. Não existe nenhum registro, em toda a história, de um guará que tenha atacado uma pessoa, mas, ainda assim, são vistos como “maléficos”. Por quê? Porque, em ambientes degradados, o lobo, para sobreviver, acaba atacando galinheiros ou comendo aves que são criadas soltas. Com a desculpa de “proteger sua criação”, pessoas com baixo nível de consciência ecológica acabam matando os animais.
Se não bastassem a matança e a destruição de ambientes naturais, o lobo-guará ainda apresenta grande índice de morte por atropelamento em estradas.
O fato é que o lobo-guará precisa de nós mais do que nunca na história.

FERRAREZI JR., C. Revista QShow, n. 20, nov. 2015 (adaptado).


Esse texto de divulgação científica utiliza como principal estratégia argumentativa a
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10Q937074 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Preconceito: do latim prae, antes, e conceptus, conceito, esse termo pode ser definido como o conjunto de crenças e valores aprendidos, que levam um indivíduo ou um grupo a nutrir opiniões a favor ou contra os membros de determinados grupos, antes de uma efetiva experiência com eles. Tecnicamente, portanto, existe um preconceito positivo e um negativo, embora, nas relações raciais e étnicas, o termo costume se referir ao aspecto negativo de um grupo herdar ou gerar visões hostis a respeito de um outro, distinguível com base em generalizações. Essas generalizações derivam invariavelmente da informação incorreta ou incompleta a respeito do outro grupo.
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).

Nesse verbete de dicionário, a apropriação adequada do uso padrão da língua auxilia no estabelecimento
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11Q937075 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

A busca do “texto oculto” na leitura de notícias

Os meus colegas jornalistas que me perdoem, mas não dá mais para ler uma notícia de jornal apenas pelo que está publicado. O nosso universo informativo ficou muito mais complexo depois do surgimento da avalanche informativa na internet.
Esse fenômeno, inédito na história do jornalismo, está nos obrigando a tomar uma notícia de jornal apenas como um ponto de partida para uma análise que, necessariamente, envolve a preocupação em descobrir o contexto do que foi publicado. A notícia de jornal não é mais a verdade definitiva, mas a porta de entrada numa realidade desconhecida e inevitavelmente complexa, contraditória e diversa.
A principal mudança que todos nós teremos que incorporar às nossas rotinas informativas é a necessidade de sermos críticos em relação às notícias que leremos, ouviremos ou assistiremos.
A busca de um novo modelo de formatação de notícias baseado numa cultura da diversificação informativa está apenas começando. O público passou a ter uma importância estratégica na atividade profissional porque os jornalistas necessitam, cada vez mais, dos blogs pessoais, das páginas da web e das postagens em redes sociais como fonte de notícias. A histórica dependência de fontes governamentais e corporativas está rapidamente sendo substituída pela notícia oriunda de comunidades, grupos sociais organizados e influenciadores digitais. A agenda de notícias das elites perde espaço para a agenda do público.
É essa nova forma de ver a realidade que está na base da necessidade do chamado “texto oculto”, um jargão acadêmico para uma diversificação na nossa nova forma de ler, ouvir e ver notícias.
CASTILHO, C. Disponível em: www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 30 out. 2021 (adaptado).


Ao problematizar os modos de ler notícias e a necessidade de se buscar o chamado “texto oculto”, o texto defende que esse processo implicará
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12Q937076 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

TEXTO I

De casa para a escola
Saber respeitar limites, esperar, suportar, ter seus desejos frustrados, fazer trocas e planejar é ter educação financeira. E o exemplo vem de casa. Mas as atitudes dos pais somente serão referências para a educação financeira se eles mesmos usarem o dinheiro de forma consciente, fizerem pesquisa de preço, comprarem à vista, pedirem descontos, tiverem controle de suas finanças, souberem o quanto têm e o quanto podem gastar, investir e poupar. Portanto, boa parte das razões que levam um adulto a se tornar consumista e a se endividar está na educação que recebe quando criança ou na adolescência.
MACEDO, C.Revista Carta Fundamental,n. 37, abr. 2012 (adaptado).


TEXTO II
Educação financeira para crianças
Ensinar para os filhos o valor das coisas é responsabilidade dos pais, mas, se lidar com dinheiro é complicado para adultos, passar esse conhecimento para crianças é uma tarefa bem mais delicada. De acordo com a especialista em educação financeira infantil Cássia D’Aquino, o momento certo de começar a ensinar a criança a lidar com as finanças é anunciado pela própria, na primeira vez em que pede aos pais para lhe comprarem alguma coisa. Isso costuma acontecer por volta dos dois anos e meio, e, nessa hora, o pequeno mostra que já percebeu o que é dinheiro e que o dinheiro “compra” as coisas que ele pode vir a querer. À medida que os pequenos vão crescendo, os filhos vão convivendo com a forma com que seus pais trabalham com o dinheiro. Para Cássia, a melhor base para uma educação financeira eficiente é aquela transmitida por meio de atitudes simples na rotina do relacionamento entre pais e filhos. Assim que a criança manifestar uma noção básica em relação a dinheiro, os pais já podem, de maneira gradual, adotar uma postura educativa.
Disponível em: http://brasil.gov.br. Acesso em: 27 fev. 2013.

Sob diferentes perspectivas, os textos I e II abordam o tema educação financeira. No entanto, em ambos os textos, os autores sustentam a opinião de que
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13Q937077 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

A criança e a lógica

Uma menina vê a foto da mãe grávida e ouve a seguinte explicação: “Você estava na minha barriga, filha”. Imediatamente, a criança chega à incrível conclusão: “Mamãe, então você é o lobo mau?”. A partir dos 2 anos, a criança começa a dominar as palavras, mas sua lógica, que difere da do adulto, surpreende os pais pelas associações. Para uma psicóloga infantil, esse raciocínio se explica pelo fato de que a lógica, nos primeiros anos de vida, é primitiva e rígida, não admite que para a mesma questão existam várias possibilidades. Quando a mãe diz que vai chegar em casa à noite, a criança não compreende por que, afinal, a promessa ainda não foi cumprida se já está escuro. Ou se ela já ouviu que as pessoas morrem quando estão velhinhas e de repente acontece de alguém próximo perder a vida ainda jovem, ela pode custar a se conformar. “O importante é falar a verdade e ter paciência. Com o tempo, as crianças percebem que um fato pode ter mais de uma explicação, e vários fatos influenciam uma mesma situação. A lógica vai, assim, aprimorando-se e ficando mais próxima da do adulto entre os 5 e 6 anos”, afirma a especialista.

Disponível em: http://revistacrescer.globo.com. Acesso em: 15 nov. 2014 (adaptado).


O texto cita a opinião de uma psicóloga como estratégia argumentativa para
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14Q937078 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

A historiografia do país demonstra que foi necessário considerável esforço do colonizador português em impor sua língua pátria em um território tão extenso. Trata-se de um fenômeno político e cultural relevante o fato de, na atualidade, a língua portuguesa ser a língua oficial e plenamente inteligível de norte a sul do país, apesar das especificidades e da grande diversidade dos chamados “sotaques” regionais. Esse empreendimento relacionado à imposição da língua portuguesa foi adotado como uma das estratégias de dominação, ocupação e demarcação das fronteiras do território nacional, sucessivamente, em praticamente todos os períodos e regimes políticos. Da Colônia ao Império, da República ao Estado Novo e daí em diante.
Tomemos como exemplo o nheengatu, uma língua baseada no tupi antigo e que foi fruto do encontro, muitas vezes belicoso e violento, entre o colonizador e as populações indígenas da costa brasileira e de grande parte da Amazônia. Foi a língua geral de comunicação no período colonial até ser banida pelo Marquês de Pombal, a partir de 1758, caindo em pleno processo de desuso e decadência a partir de então. Foram falantes de nheengatu que nominaram uma infinidade de lugares, paisagens, acidentes geográficos, rios e até cidades. Atualmente, resta um pequeno contingente de falantes dessa língua no extremo norte do país. É utilizada como língua franca em regiões como o Alto Rio Negro, sendo inclusive fator de afirmação étnica de grupos indígenas que perderam sua língua original, como os Barés, Arapaços, Baniwas e Werekenas.

Disponível em: http://desafios.ipea.gov.br. Acesso em: 20 out. 2021 (adaptado).

Da leitura do texto, depreende-se que o patrimônio linguístico brasileiro é
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15Q937079 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Tiranos de nós mesmos: a servidão voluntária na era da sociedade do desempenho
Byung-Chul Han, no opúsculo Sociedade do cansaço, discute a ascensão de um novo paradigma social, em que a sociedade disciplinar de Foucault é substituída pela sociedade do desempenho. Esse novo modelo social é movido por um imperativo de maximizar a produção. Nós, sujeitos de desempenho, somos constante e sistematicamente pressionados a aperfeiçoar nossa performance e a aumentar nossa produção.
A crença subjacente, segundo Han, é a de que nada é impossível. Nós podemos fazer tudo. Estamos constantemente pressionados por um poder fazer ilimitado. É um excesso de positividade, que se constitui em verdadeira violência neuronal.
E por isso produzimos. Produzimos até a exaustão. E, mesmo cansados, continuamos produzindo. Uma meta é sempre substituída por outra. A tarefa nunca acaba. É frustrante e esgotante. O resultado é uma sociedade que gera fracassados e depressivos, a quem só resta recorrer a medicamentos para continuar produzindo mais eficientemente.
Disponível em: http://justificando.cartacapital.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).

Com base nessa reflexão acerca do livro Sociedade do cansaço, que discute o novo modelo da sociedade do desempenho, o resenhista a
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16Q937081 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

A vida deveria nos oferecer um lugarzinho no rodapé da nossa história pessoal para eventuais erratas, como em tese de doutorado. Pelas vezes em que na infância e adolescência a gente foi bobo, foi ingênuo, foi indesculpavelmente romântico, cego e teimoso, devia haver uma errata possível. Como quando a gente acreditou que se fosse bonzinho ganharia aquela bicicleta; que todos os professores eram sábios e justos e todas as autoridades decentes; e quando a gente acreditou que pai e mãe eram imortais ou perfeitos.
Devia haver erratas que anulassem bobagens adultas: botei fora aquela oportunidade, não cuidei da minha grana, fui onipotente, perdi quem era tão precioso para mim, escolhi a gostosona em lugar da parceira alegre e terna; fiquei com aquele cara porque com ele seria mais divertido, mas no fundo eu não o queria como meu amigo e pai dos meus filhos. Profissionalmente não me preparei, não me preveni, não refleti, não entendi nada, tomei as piores decisões. Ah, que bom seria se essas trapalhadas pudessem ser anuladas com uma boa errata! Em geral, não podem.
Por todas as vezes que desviamos o olhar lúcido ou recolhemos o dedo denunciador, pagaremos — talvez num futuro não muito distante — um alto preço, durante um tempo incalculavelmente longo. E não haverá erratas.

LUFT, L. Errata de pé de página. Veja, n. 28, 18 jul. 2007 (adaptado).


No texto, a autora propõe o uso metafórico da errata como recurso para
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17Q937082 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Uma polêmica relacionada à covid-19 com clara relação com a Educação Física foi a discussão sobre a reabertura ou não das academias de ginástica em plena pandemia. Entre os argumentos apresentados pelos que defendiam a abertura estava o de que o exercício teria um efeito protetor contra a covid-19, pelo fortalecimento do sistema imunológico. A realização dessas práticas pode ser importante para a saúde, inclusive com foco na melhoria/manutenção da saúde mental, mas em muitas recomendações há mais um sentido de “ter que fazer”, com caráter “obrigatório”. Outro ponto ignorado diz respeito ao aconselhamento para a realização de exercícios físicos em casa durante a pandemia, considerando aspectos como a habilidade das pessoas para realizarem essas atividades, suas preferências, as condições das residências etc. Entendemos que essas recomendações, algumas vezes de caráter persecutório e descontextualizadas da realidade de muitas pessoas, não favorecem um olhar mais ampliado sobre a saúde.

LOCH, M. R. et al. A urgência da saúde coletiva na formação em Educação Física: lições com a covid-19. Ciência & Saúde Coletiva, n. 25, 2020 (adaptado).


Segundo o texto, no contexto da pandemia, a relação entre exercício físico e saúde deveria considerar a
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18Q937084 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

Em nenhum outro tipo de literatura a fantasia desempenha papel tão importante. Sapos se transformam em príncipes, animais conversam com humanos, mesas se põem sozinhas e contratempos insolúveis se resolvem de um parágrafo para outro. Essa falta de verossimilhança não afasta o leitor. Pelo contrário, juntamente com o anonimato dos príncipes e princesas, que não têm personalidade definida e vivem em terras distantes sem localização exata, ela facilita a identificação com os personagens. O mundo da fantasia abre espaço para que coisas desagradáveis, que não seriam toleradas em outros tipos de história, passem incólumes, como bruxas comedoras de criancinha e anões cruéis que roubam bebês. Boa parte do fascínio dos contos tem origem justamente nesse mundo sombrio. Contos de fadas não constituem sempre histórias agradáveis polvilhadas com açúcar, como a casa de pão de ló de João e Maria. Pelo contrário, as tramas são recheadas de malvadezas que sobrevivem às dezenas de adaptações. Podem passar despercebidas, mas estão lá. Ou é inofensiva a história de uma menina e sua avó que são devoradas vivas por um lobo? Ou é inocente o conto da menina que é sequestrada e obrigada a passar a juventude trancada no alto de uma torre? E o que dizer do bebê condenado à morte no dia do seu batizado?

Disponível em: https://super.abril.com.br. Acesso em: 20 jun. 2019 (adaptado).


As perguntas ao final do texto estão relacionadas ao argumento segundo o qual contos de fadas
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19Q937085 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

A produção em massa em grandes fábricas se tornou o símbolo da Segunda Revolução Industrial. Agora, após um século, uma nova transformação se anuncia. Ela é trazida por aparelhos do tamanho de um micro-ondas que constroem um objeto real a partir de um arquivo digital: as impressoras tridimensionais. Elas funcionam como uma impressora convencional que muitos têm em casa. Basta apertar o botão na tela do computador para que o arquivo digital, com o desenho em três dimensões do objeto a fabricar, seja enviado para a máquina. Em vez de tinta, elas usam materiais como plástico, gesso, silicone, borracha ou metais para fazer sapatos, próteses dentárias, joias, luminárias, brinquedos ou peças de equipamentos hospitalares. Até há pouco tempo, esses equipamentos custavam centenas de milhares de reais e ficavam restritos às grandes indústrias. Hoje já é possível levar para casa uma impressora 3D e usá-la para fabricar objetos. “Uma nova revolução industrial está a caminho”, diz o jornalista e físico Chris Anderson.

Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 17 fev. 2013 (adaptado).

Segundo esse texto, as impressoras tridimensionais prenunciam uma nova Revolução Industrial porque são tecnologias que
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20Q937086 | Português, Interpretação de Textos, PPL 2 Aplicação, ENEM, INEP, 2023

O sucesso das redes sociais é fruto da combinação inteligente da capacidade de interagir dentro de uma mesma página da internet e do uso de sistemas de avaliação. Existem duas dinâmicas psicossociais legitimando tais recursos de avaliação. Na primeira, alguém produz conteúdo e é recompensado com essas reações. Já na segunda dinâmica, a produção de conteúdo serve de balão de ensaio para a vida off-line.
Prazer e aprendizado são, portanto, as duas promessas originais das redes sociais (anteriores à monetização), nas quais os algoritmos de recomendação prometem reduzir o tempo e a energia para encontrar aquilo que interessa a cada um, no mar de opções disponibilizadas, levando a situação a outro patamar, pela exposição reiterada dos usuários aos conteúdos que agravam sua ansiedade.
Assim, por exemplo, pessoas que estão insatisfeitas com o seu corpo fazem buscas que refletem esse desconforto, procurando postagens relacionadas a essa temática. O algoritmo, então, passa a recomendar cada vez mais conteúdos nessa linha e, o que é pior, a convergir para os mais extremos, já que estes tendem a fixar mais a atenção. Em pouco tempo, o usuário “desconfortável” está sendo bombardeado por vídeos que elevam em muito o seu pessimismo e que muitas vezes servem de caminho à anorexia, à bulimia e à depressão.

DIAS, A. M. Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 5 nov. 2021 (adaptado).


As sociedades têm evoluído concomitantemente ao desenvolvimento de tecnologias que buscam, cada vez mais, automatizar a gestão das informações. No texto, uma consequência negativa desse processo é o fato de ele
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