Um paciente de 38 anos relata que estava chegando ao ponto de
ônibus e correu por uns dez metros para alcançar o coletivo. No
movimento, bateu a perna em algo que não viu e sentiu forte dor
na face posterior da perna direita. Foi levado a uma unidade
básica de saúde e, após o primeiro atendimento, chega para uma
avaliação especializada. Nega diabetes, hipertensão ou
tabagismo.
O relato da unidade e origem continha a história acima e
acrescentava:
“Ao exame físico, panturrilha endurecida, empastada, de volume
aumentado, muito dolorosa à palpação e à flexão dorsal e plantar
do pé. Dor de difícil controle. Conduta: analgesia, repouso
absoluto, heparina 5.000 UI IV e avaliação de cirurgia vascular em
caráter de emergência. HD.: TVP?”
Ao examinar o caso, o especialista de plantão não consegue
caracterizar empastamento, mas o volume da panturrilha
realmente está muito aumentado em relação à esquerda. A dor é
intensa e independe do toque. Há equimose na pele ao redor.
Pulsos distais, perfusão e enchimento capilar são normais.
Ao receber esse paciente em sua unidade, o plantonista deve:
✂️ a) manter tratamento para TVP e solicitar ecodoppler de
urgência até que seja confirmada ou excluída e, só neste
caso, rever a medicação; ✂️ b) manter tratamento para TVP e solicitar implante de filtro de
cava de imediato, uma vez que o paciente já apresenta
complicação com o uso da heparina associada ao trauma; ✂️ c) suspender o anticoagulante, solicitar uma ultrassonografia de
partes moles da região anatômica e, se possível, também
realizar um ecodoppler do membro; ✂️ d) suspender o anticoagulante, otimizar a analgesia e liberar o
paciente de alta hospitalar; ✂️ e) pedir sala de urgência para realizar fasciotomia.