Simulados Português Interpretação de Textos

ENEM 2020 – Prova de Interpretação de Textos (Português)

Simulado com questões de prova: ENEM 2020 – Prova de Interpretação de Textos (Português). Resolva online grátis, confira o gabarito e baixe o PDF!

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1Q936232 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Pessoal intransferível

Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. Nada no bolso e nas mãos. Sabendo: perigoso, divino, maravilhoso.

Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. E sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, “herdeiro” da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus.

E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. Adeusão.

TORQUATO NETO. Melhores poemas de Torquato Neto. São Paulo: Global, 2018.

Expoente da poesia produzida no Brasil na década de 1970 e autor de composições representativas da Tropicália, Torquato Neto mobiliza, nesse texto,

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2Q936233 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

A masculinidade, assim como a feminilidade, é uma construção histórica e cultural. Em nossa cultura, a dança caracteriza-se, no sentido geral, como um universo predominantemente feminino. Homens que dançam são geralmente considerados homossexuais, por não se enquadrarem dentro das normas culturais hegemônicas de gênero e sexualidade. Por outro lado, demonstram a não existência de um único tipo de masculinidade, enfatizando que as identidades humanas são múltiplas e plurais. No contexto da dança, as representações hegemônicas de gênero e as regulações sociais que essas impõem não se manifestam de forma igual em todas as modalidades de dança. Persiste essa forte representação cultural ocidental que associa o balé à feminilidade e à homossexualidade. Em outras danças, ela não se revela tão forte, e os homens não aparecem em menor número, como nas tradicionais danças folclóricas ou no moderno hip hop.
ANDREOLI, G. S. Representações de masculinidade na dança contemporânea. Movimento, n. 1, 2011 (adaptado).
No que tange à identidade de gênero masculina, a dança e suas modalidades expressam o(a)
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3Q936234 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Os cuidados com o corpo vão se tornando uma exigência na modernidade e implicam a convergência de uma série de elementos: as tecnologias, para tanto, vão se desenvolvendo de maneira acelerada; o mercado dos produtos e serviços voltados para o corpo vai se expandindo; a higiene que fundamentava esses cuidados vai sendo substituída pelos prazeres do “corpo”, implicação lógica do processo de secularização, no qual há a identificação da personalidade dos indivíduos com sua aparência. Por todas essas circunstâncias, o cuidado com o corpo transforma-se numa ditadura do corpo, um corpo que corresponda à expectativa desse tempo, um corpo que seja trabalhado arduamente e do qual os vestígios de naturalidade sejam eliminados.
SILVA, A. M. Corpo, ciência e mercado: reflexões acerca da gestação de um novo arquétipo da felicidade. Campinas: Autores Associados; Florianópolis: UFSC, 2001.
O fenômeno social identificado, em relação à presença do corpo na sociedade, indica que
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4Q936235 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Dias depois da morte de D. Mariquinha, Seu Lula, todo de luto, reuniu os negros no pátio da casa-grande e falou para eles. A voz não era mais aquela voz mansa de outros tempos. Agora Seu Lula era o dono de tudo. O feitor, o negro Deodato, recebera as suas instruções aos gritos. Seu Lula não queria vadiação naquele engenho. Agora, todas as tardes, os negros teriam que rezar as ave-marias. Negro não podia mais andar de reza para S. Cosme e S. Damião. Aquilo era feitiçaria. [...]

E o feitor Deodato, com a proteção do senhor, começou a tratar a escravatura como um carrasco. O chicote cantava no lombo dos negros, sem piedade. Todos os dias chegavam negros chorando aos pés de D. Amélia, pedindo valia, proteção contra o chicote do Deodato. A fama da maldade do feitor espalhara-se pela várzea. O senhor de engenho do Santa Fé tinha um escravo que matava negro na peia. [...] E o Santa Fé foi ficando assim o engenho sinistro da várzea.

RÊGO, J. L. Fogo morto. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.

A condição dos trabalhadores escravizados do Santa Fé torna-se exponencialmente aflitiva após a morte da senhora do engenho. Nessa passagem, o sofrimento a que se submetem é intensificado pela reação à

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5Q936236 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

O gramático tem uma percepção muito estrita da língua. Ele se vê como alguém que tem de defender a língua da mudança. O problema é que eles, ao se esforçarem para que as pessoas obedeçam às normas da língua, não viram que estavam dando um cala-boca no cidadão brasileiro. Como se dissessem: “Tem de falar e escrever de acordo com as regras. Não fale errado!”. E as pessoas, com medo de não conseguir, falam e escrevem pouco. O dono da língua é o falante, não o gramático. Aprendemos com o falante a língua como ele fala e procuramos saber por que está falando de um jeito ou de outro. Dizer que está falando errado não é uma atitude científica, de descoberta. A linguística substituiu o cala-boca ao prazer da descoberta científica. Foi só com a linguística que se ampliou o olhar e se passou a considerar que qualquer assunto é digno de estudo.
Entrevista de Ataliba de Castilho. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017 (adaptado).
Com base na tese defendida na conclusão do texto, infere-se a intenção do autor de
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6Q936237 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Estudo da FGV mostra que robôs infestam debate político no Brasil


Um estudo divulgado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas afirma que perfis automatizados em redes sociais já são usados em larga escala no debate político no Brasil — e não para aprimorá-lo. Segundo a pesquisa, esses robôs “se converteram em uma potencial ferramenta para a manipulação de debates nas redes sociais”.

“Nas discussões políticas, os robôs têm sido usados por todo o espectro partidário não apenas para conquistar seguidores, mas também para conduzir ataques a opositores e forjar discussões artificiais. Eles manipulam debates, criam e disseminam notícias falsas e influenciam a opinião pública, postando e replicando mensagens em larga escala. O estudo demonstra de forma clara o potencial danoso dessa prática para a disputa política e o debate público”, diz o diretor da FGV/DAPP, Marco Aurélio Ruediger.

O estudo conclui que os robôs buscam imitar o comportamento humano e se passar como tal, de maneira a interferir em debates espontâneos e criar discussões forjadas. “Com esse tipo de manipulação, os robôs criam a falsa sensação de amplo apoio político a certa proposta, ideia ou figura pública.”

Para a FGV, a participação ostensiva de robôs no ambiente virtual tornou urgente a necessidade de identificar suas atividades e, consequentemente, diferenciar quais debates são legítimos e quais são forjados

GROSSMANN, L. O. Disponível em: www.convergenciadigital.com.br. Acesso em: 25 ago. 2017.

O texto descreve características de uma tecnologia de informação e comunicação contemporânea, que têm se mostrado difíceis de identificar por causa da utilização de

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7Q936238 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

TEXTO I

A planta de Belo Horizonte

Foi muito grande o contraste entre a nova capital e as antigas vilas coloniais mineiras, nascidas das necessidades das populações do século XVIII, que se desenvolveram sem nenhum planejamento. A futura capital seria inovadora, moderna e progressista. Assim, o projeto urbanístico que o engenheiro paraense Aarão Reis elaborou para Belo Horizonte causou curiosidade e entusiasmo.

É digno de atenção observar os nomes que foram dados às ruas de Belo Horizonte: estados brasileiros, tribos indígenas, rios etc. Mencioná-los era uma verdadeira aula de estudos sociais. Era, inclusive, uma forma de ensinar a população, ainda carente de ensino formal.

Disponível em: www.descubraminas.com.br. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado).

TEXTO II

Ruas da cidade


Guaicurus, Caetés, Goitacazes

Tupinambás, Aimorés

Todos no chão


Guajajaras, Tamoios, Tapuias

Todos Timbiras, Tupis

Todos no chão


A parede das ruas não devolveu

Os abismos que se rolou

Horizonte perdido no meio da selva

Cresceu o arraial, arraial


Passa bonde, passa boiada

Passa trator, avião

Ruas e reis


Guajajaras, Tamoios,

Tapuias Tupinambás, Aimorés

Todos no chão


A cidade plantou no coração

Tantos nomes de quem morreu

Horizonte perdido no meio da selva

Cresceu o arraial, arraial

A parede das ruas não devolveu

Os abismos que se rolou

Horizonte perdido no meio da selva

BORGES, L.; BORGES, M. In: NASCIMENTO, M. Clube da esquina 2. Rio de Janeiro: EMI, 1978 (fragmento).

Os textos abordam a preservação da memória e da identidade nacional, presente na nomeação das ruas belorizontinas. Quais versos do Texto II contestam o projeto arquitetônico descrito no Texto I?

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8Q936240 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Leia a posteridade, ó pátrio Rio,

Em meus versos teu nome celebrado,

Por que vejas uma hora despertado

O sono vil do esquecimento frio:

Não vês nas tuas margens o sombrio,

Fresco assento de um álamo copado;

Não vês ninfa cantar, pastar o gado

Na tarde clara do calmoso estio.

Turvo banhando as pálidas areias

Nas porções do riquíssimo tesouro

O vasto campo da ambição recreias.

Que de seus raios o planeta louro

Enriquecendo o influxo em tuas veias,

Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.

COSTA, C. M. Obras poéticas de Glauceste Satúrnio. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 out. 2015.


A concepção árcade de Cláudio Manuel da Costa registra sinais de seu contexto histórico, refletidos no soneto por um eu lírico que

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9Q936241 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Ao lado da indústria da moda, a do rock é o melhor exemplo da vendabilidade elástica do passado cultural, com suas reciclagens regulares de sua própria história na forma de retomadas e releituras, retornos e versões cover. Nos últimos anos, o desenvolvimento de novas tecnologias acelerou e, de certa maneira, democratizou esse processo a ponto de permitir que as evidências culturais do rock sejam fisicamente desmanteladas e remontadas como pastiche e colagem, com mais rapidez e falta de controle do que em qualquer época.

CONNOR, S. Cultura pós-moderna: introdução às teorias do contemporâneo. São Paulo: Loyola, 1989.


O rock personifica o paradoxo da cultura de massas (pós-moderna), visto que seu alcance e influência globais, combinados com a sua tolerância, criam uma

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10Q936242 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Qual a influência da comunicação nos fluxos migratórios?

Denise Cogo, doutora em comunicação, discute a relação entre as tecnologias digitais e as migrações no mundo.


Para a especialista, grande parte das representações e das experiências que conhecemos dos imigrantes chega pela mídia. “A mídia é mediadora das relações”, explica.

O imigrante não é só um sujeito econômico, mas, explica Cogo, um sujeito sociocultural. Portanto, a comunicação integra a trajetória das migrações dentro de um processo histórico. “Desde o planejamento e o estudo das políticas migratórias para o país de destino até o contato com amigos e familiares, o encontro dos fluxos migratórios com as tecnologias digitais traz novas perspectivas para os sujeitos. Também se abre a possibilidade para que, com um celular na mão, os próprios imigrantes possam narrar suas histórias, construindo novos caminhos”, analisa.

Disponível em: http://operamundi.uol.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).

Ao trazer as novas perspectivas acionadas pelos sujeitos na escrita de suas histórias, o texto apresenta uma visão positiva sobre a presença da(s)

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11Q936243 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Nos dias atuais, para as crianças e os adolescentes, a alimentação adequada e balanceada está associada, na maioria das vezes, à busca da forma ideal, segundo padrões ditados pela mídia. Se antes essa preocupação era predominantemente feminina, hoje existem adolescentes tentando emagrecer a qualquer custo: entram e saem de dietas e regimes feitos por conta própria, automedicam-se ou praticam exercícios físicos sem orientação.
MATTOS, L. O. N. Educação física e educação para a saúde. MultiRio, 2016 (adaptado).
Adolescentes associam que a conquista da “forma ideal” do corpo está relacionada à
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12Q936244 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

A carroça sem cavalo

Conta-se que, em noites frias de inverno, descia um forte nevoeiro trazido pelo mar e, nessa noite, ouviam-se muitos barulhos estranhos. Os moradores da cidade de São Francisco, que é a cidade mais antiga de Santa Catarina, eram acordados de madrugada com um barulho perturbador. Ao abrirem a janela de casa, os moradores assustavam-se com a cena: viam uma carroça andando sem cavalo e sem ninguém puxando... Andava sozinha! Na carroça, havia objetos barulhentos, como panelas, bules, inclusive alguns objetos amarrados do lado de fora da carroça. O medo dominou a pequena cidade. Conta-se ainda que um carroceiro foi morto a coices pelo seu cavalo, por maltratar o animal. Nas noites de manifestação da assombração, a carroça saía de um nevoeiro, assustava a população e, depois de um tempo, voltava a desaparecer no nevoeiro.

Disponível em: www.gazetaonline.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado).

Considerando-se que os diversos gêneros que circulam na sociedade cumprem uma função social específica, esse texto tem por função

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13Q936245 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

A Em Forma é uma revista destinada às mulheres, às expectativas de consumo que podem ser produzidas ou que se encontram no horizonte de uma feminilidade urbana contemporânea impelida à disputa no mercado afetivo masculino (as mulheres da Em Forma são jovens e heterossexuais). A Em Forma tem como conteúdo central de suas reportagens dietas e séries de exercícios, fármacos para a pele e o cabelo, com fins de embelezamento do corpo e cuidados com a saúde, e reportagens com temas de autoajuda. Ela organiza-se em seções específicas: 1. Fitness; 2. Beleza; 3. Dieta e nutrição; 4. Bem-estar; e 5. Especial. Além dessas seções, apresenta sempre uma reportagem com a “Garota da capa” e outras minisseções que veiculam conteúdos similares aos das seções fixas.
ALBINO, B. S.; VAZ, A. F. O corpo e as técnicas para o embelezamento feminino. Movimento, n. 1, 2008 (adaptado).
Considerando-se as expectativas sobre as feminilidades produzidas pela mídia, na revista mencionada a prática de exercícios tem corroborado para a construção de uma feminilidade
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14Q936246 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Como o preconceito contribui para o aumento da epidemia de aids


Apesar dos avanços da medicina, a mentalidade em relação à aids e ao HIV continua na década de 1980.

O último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, de 2016, mostrou que os casos de HIV entre os jovens no Brasil aumentaram consideravelmente. O problema avançou: das 32 321 novas infecções por HIV registradas em 2015, 24,8% aconteceram com pessoas entre 15 e 24 anos.

Muitos apontam como causa o fato de que os adolescentes não conviveram com o auge da epidemia. Mas, para os especialistas, a questão é bem mais complexa. “Continuamos com essa visão hipócrita de que falar sobre sexo incita os mais jovens, e não damos ferramentas para que eles tomem decisões mais seguras em relação à sexualidade”, afirma Georgiana Braga-Orillard, diretora do Unaids, programa conjunto da ONU sobre HIV e aids, que tem como meta acabar com a epidemia até 2030.

A questão do preconceito não pode ser separada de uma síndrome estigmatizante como a aids. Leis como a que garante o tratamento gratuito pelo SUS e a que penaliza atos de discriminação ajudam, mas não são suficientes para mudar a mentalidade da sociedade, que ainda enxerga quem vive com o vírus como um “merecedor”. Além disso, o acesso à saúde e à orientação não é igual para todos.

Disponível em: http://revistaplaneta.terra.com.br. Acesso em: 2 set. 2017 (adaptado).

Essa reportagem discute o preconceito de não se falar abertamente sobre sexo com os mais jovens como um fator responsável pelo avanço do número de casos de aids no Brasil. A estratégia usada pelo repórter para tentar desconstruir esse preconceito é

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15Q936248 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

O livro It – A Coisa, de Stephen King


Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e... do medo. O mais profundo e tenebroso medo. Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno, que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. Em It – A Coisa, clássico de Stephen King em nova edição, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.

Disponível em: www.livrariacultura.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017.

Relacionando-se os elementos que compõem esse texto, depreende-se que sua função social consiste em levar o leitor a

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16Q936249 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Ponto morto


A minha primeira mulher

se divorciou do terceiro marido.

A minha segunda mulher

acabou casando com a melhor amiga dela.

A terceira (seria a quarta?)

detesta os filhos do meu primeiro casamento.

Estes, por sua vez, não suportam os filhos

do terceiro casamento da minha primeira mulher.

Confesso que guardo afeto pelas minhas ex-sogras.

Estava sozinho

quando um dos meus filhos acenou para mim no

meio do engarrafamento.

A memória demorou para engatar seu nome.

Por segundos, a vida parou em ponto morto.

MASSI, A. A vida errada. Rio de Janeiro: 7Letras, 2001.


No poema, a singularidade da situação representada é efeito da correlação entre

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17Q936348 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Texto associado.

De acordo com alguns estudos, uma inovação do português brasileiro é o R caipira, às vezes tão intenso que parece valer por dois ou três, como em porrrta ou carrrne.


Associar o R caipira apenas ao interior paulista é uma imprecisão geográfica e histórica, embora o R tenha sido uma das marcas do estilo matuto do ator Mazzaropi em 32 filmes. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas em busca de ouro, os linguistas encontraram o R supostamente típico de São Paulo em cidades de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, formando um modo de falar similar ao português do século XVIII.


Quem tiver paciência e ouvido apurado poderá encontrar também na região central do Brasil o S chiado, uma característica típica do falar carioca que veio com os portugueses em 1808 e era um sinal de prestígio por representar o falar da Corte.


A história da língua portuguesa no Brasil está revelando as características preservadas do português, como a troca do L pelo R, resultando em pranta em vez de planta. Camões registrou essa troca em Os Lusíadas — lá está um frautas no lugar de flautas —, e o cantor e compositor paulista Adoniran Barbosa a deixou registrada em frases como “frechada do teu olhar”, do samba Tiro ao Álvaro.


FIORAVANTI, C. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 11 dez. 2017.

Com base na afirmação de que “associar o R caipira apenas ao interior paulista é uma imprecisão geográfica e histórica”, o texto propõe uma discussão sobre a(s)
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18Q936349 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Texto associado.

A verdade sobre o envelhecimento das populações


Tem se tornado popular produzir grandes projeções de redução de prosperidade baseada no envelhecimento demográfico. Mas será que isso é realmente um problema?

A média de idade nos Estados Unidos é atualmente de 36 anos. Na Etiópia, a média é de 18 anos. O país com maior número de idosos é a Alemanha, onde a média de idade é de 45 anos. Países em que a população mais jovem domina são mais pobres, e aqueles com a população dominante mais idosa são mais ricos. Então por que temer o envelhecimento da população?

Existem pelo menos duas razões. A primeira é psicológica: em analogia ao envelhecimento das pessoas, sugere que, à medida que as populações envelhecem, tornam-se mais fracas e perdem acuidade mental. A segunda decorre dos economistas e de um indicador conhecido como razão de dependência, que pressupõe que todos os adultos com menos de 65 anos contribuem para a sociedade, e todos com mais de 65 anos são um peso. E a proporção de pessoas com mais de 65 anos tende a aumentar.


LUTZ, W. Azul Magazine, ago. 2017 (adaptado).

A articulação entre as informações do texto leva à compreensão de que ele propõe um(a)
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19Q936350 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Texto associado.

Razão de ser

Escrevo. E pronto.

Escrevo porque preciso,

preciso porque estou tonto.

Ninguém tem nada com isso.

Escrevo porque amanhece,

E as estrelas lá no céu

Lembram letras no papel,

Quando o poema me anoitece.

A aranha tece teias.

O peixe beija e morde o que vê.

Eu escrevo apenas.

Tem que ter por quê?


LEMINSKI, P. Melhores poemas de Paulo Leminski. São Paulo: Global, 2013.



Ao abordar o próprio processo de criação, o poeta recorre a exemplificações com o propósito de representar a escrita como uma atividade que
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20Q936351 | Português, Interpretação de Textos, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Texto associado.

Autobiografia de José Saramago


Nasci numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoação situada na província do Ribatejo, na margem direita do Rio Almonda, a uns cem quilômetros a nordeste de Lisboa. Meus pais chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. José de Sousa teria sido também o meu nome se o funcionário do Registro Civil, por sua própria iniciativa, não lhe tivesse acrescentado a alcunha por que a família de meu pai era conhecida na aldeia: Saramago. (Cabe esclarecer que saramago é uma planta herbácea espontânea, cujas folhas, naqueles tempos, em épocas de carência, serviam como alimento na cozinha dos pobres.) Só aos sete anos, quando tive de apresentar na escola primária um documento de identificação, é que se veio a saber que o meu nome completo era José de Sousa Saramago… Não foi este, porém, o único problema de identidade com que fui fadado no berço. Embora tivesse vindo ao mundo no dia 16 de novembro de 1922, os meus documentos oficiais referem que nasci dois dias depois, a 18: foi graças a esta pequena fraude que a família escapou ao pagamento da multa por falta de declaração do nascimento no prazo legal.

No texto, o autor discute o poder que os documentos oficiais exercem sobre a vida das pessoas. Qual fato torna isso evidente?
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