Uma genitora foi encaminhada ao Serviço Social do hospital com
a alegação de negligência à saúde de sua filha adolescente.
Na abordagem, a assistente social identificou que se tratava de
uma família de povos originais. Partindo da compreensão de
determinação social, na qual o quesito raça/etnia e cultura
devem ser considerados e, seguindo a Política Nacional de
Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (2002), a assistente social
retornou à equipe com a seguinte orientação:
✂️ a) As práticas de cura são um conhecimento único das
comunidades de povos originais, sendo elas produto da
espiritualidade, devendo ser consideradas nas propostas de
tratamento. ✂️ b) Nos casos de atenção aos povos originais, deve-se realizar
uma abordagem holística de saúde com a simples
transferência a esses povos dos conhecimentos e das
tecnologias da biomedicina, definindo assim a melhor ação
em saúde. ✂️ c) As práticas e as concepções de saúde dos povos originais
são, geralmente, recursos de saúde de eficácia empírica e
simbólica, conforme o conceito ampliado de saúde, portanto,
imprescindíveis nas ações de saúde voltada para esses povos. ✂️ d) Os sistemas próprios dos povos originais de interpretação,
prevenção e tratamento das doenças se sobrepõem aos
conhecimentos da biomedicina, sendo necessária a definição
de ações de saúde mais incisivas em suas propostas. ✂️ e) Os sistemas tradicionais de saúde na atualidade se tornaram
recursos ineficazes à saúde dos povos originais,
sendo necessária a construção de um novo sistema de
cuidados nas bases dos conhecimentos da biomedicina.