Uma mulher de 49 anos, com diagnóstico de carcinoma
pancreático avançado, relata fadiga severa e dispneia aos leves
esforços, com piora do quadro após algumas sessões de
quimioterapia. O exame laboratorial revelou hemoglobina de
7,9 g/dL, ferritina de 110ng/ml e saturação de transferrina de
11%.
Considerando o entendimento atual sobre a etiologia da anemia
relacionada ao câncer, a explicação que melhor descreve a
fisiopatologia para a anemia no contexto da paciente
apresentada é a seguinte:
a) a doença neoplásica estimula a produção de anticorpos, que
resultam em um quadro de anemia hemolítica autoimune;
b) a neoplasia estimula a expressão da hepcidina, que leva a
uma deficiência primária de ferro resultante da má absorção
intestinal, levando à anemia ferropriva clássica;
c) a anemia ocorre devido ao efeito mielotóxico das drogas
empregadas no tratamento quimioterápico, além de perdas
crônicas de sangue pelo trato gastrointestinal;
d) a condição ocorre devido a perdas crônicas de sangue pelo
trato gastrointestinal e urológico, resultando em anemia
ferropriva;
e) a anemia relacionada ao câncer tem etiologia multifatorial;
contudo, o quadro inflamatório gerado pelo câncer estimula a
produção de citocinas inflamatórias (IL6 e IL1), que
aumentam a expressão da hepcidina. Esta, por sua vez, inibe
a absorção intestinal do ferro, causando deficiência funcional.