Texto associado. Bem antes que tentassem me convencer que a data de nascimento da modernidade era um espirro cartesiano, ou então um novo interesse empírico pela natureza que transpira das páginas do Novum Organum de Bacon, ou ainda (mais tarde e mais “marxista”) a abertura dos primeiros bancos — bem antes de tudo isso, quando era rapaz, se ensinava que a modernidade começou em outubro de 1492. Nos livros da escola, o primeiro capítulo dos tempos modernos eram e são as grandes explorações. Entre estas, a viagem de Colombo ocupa um lugar muito especial. Descidas Saara adentro ou intermináveis caravanas por montes e desertos até a China de nada valiam comparadas com a aventura do genovês. Precisa ler Mediterrâneo de Fernand Braudel para conceber o alcance simbólico do pulo além de Gibraltar, não costeando, mas reto para frente. Precisa, entre outras palavras, evocar o mar Mediterrâneo — este pátio comum navegável e navegado por milênios, espécie de útero vital compartilhado — para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora do fim do mundo fechado, do abandono da casa materna e paterna.
Contardo Calligaris. A psicanálise e o sujeito colonial .
In : Edson L. A. Sousa (org.). Psicanálise e colonização : leituras do sintoma
social no Brasil. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999, p. 11-12 (com adaptações).
Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente.
No texto são mencionadas quatro diferentes visões do
movimento filosófico e artístico que, no Brasil, teve seu
ápice em 1922.
✂️ a) Certo ✂️ b) Errado