Para Freud, em 1908, o jogo é o primeiro vestígio da atividade
poética, a infância da arte. Reencontramos a visão romântica da
criança que joga: “toda criança que joga se comporta como poeta,
enquanto cria um mundo para si, ou, mais exatamente, transpõe
as coisas do mundo em que vive para uma ordem nova que lhe
convém”. A importância do jogo e sua seriedade estão ligadas ao
investimento psíquico (afetos) que ela manifesta. O jogo, como o
sonho acordado, se opõe à realidade (“o contrário do jogo não é a
seriedade, mas a realidade”); a diferença mínima é que ele se apoia
em uma realidade para fazer dela outra coisa. A referência ao jogo
ajuda a circunscrever a especificidade desse comportamento, que
permite projetar um mundo conforme as aspirações do psiquismo,
sem os entraves devidos à realidade. Desse ponto de vista, o poeta
e a criança tem uma atividade semelhante, em que predomina o
imaginário: “O poeta faz como a criança que joga; cria um mundo
imaginário que leva muito a sério, isto é, que dota de grandes
qualidades de afetos, distinguindo-o claramente da realidade”.
BROUGÈRE, Gilles. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998, p.
90.
Com base no trecho acima, é correto afirmar que
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