Yersinia pestis é uma bactéria gram-negativa que causa infecção
intracelular e que cursa de forma invasiva, frequentemente fatal.
É transmitida de roedores para humanos por picadas de pulgas
ou, menos frequentemente, de um humano para outro por
aerossóis. A peste causou três grandes pandemias que mataram
milhões de pessoas; estima-se que a devastação causada por essa
doença na Eurásia, em 1347, ceifou a vida de cerca de 200
milhões de pessoas, o que deu à infecção o nome dramático de
peste negra. Nesse contexto, a peste surge após o Papa Gregório
IX afirmar, alguns anos antes, que gatos eram criação do
demônio. Os felinos foram então massacrados na Europa,
diminuindo drasticamente o controle natural da natalidade dos
roedores.
Y. pestis possui um complexo transmitido por genes plasmídeos,
o Yop virion, que codifica a secreção de uma proteína sob a forma
de uma estrutura oca, lembrando uma seringa, que se projeta na
superfície bacteriana e liga-se às células dos hospedeiros, onde
injeta proteínas bacterianas chamadas Yops (proteínas do
revestimento externo de Yersinia ) na célula.
Em relação à transmissão dessa bactéria, é correto afirmar que:
✂️ a) no proventrículo das pulgas, a bactéria se prolifera
intensamente, e, em uma fase mais tardia, já no intestino das
pulgas, a Y. pestis produz um biofilme que o obstrui; dessa
maneira, a pulga faminta pica, suga e regurgita o sangue com
a bactéria presentes no proventrículo e, assim, infecta o
roedor ou humano que está picando; ✂️ b) as bactérias espalham-se do local da inoculação para os
tecidos linfoides, onde proliferam e inibem o
desenvolvimento de uma resposta eficaz do hospedeiro; ✂️ c) YopE, YopH e YopT bloqueiam a fagocitose inativando
moléculas que regulam a polimerização da actina; ✂️ d) YopJ inibe as vias de sinalização que são ativadas pelos
lipopolissacarídeos, bloqueando a produção de citocinas
inflamatórias; ✂️ e) na peste septicêmica, os gânglios linfáticos por todo o corpo,
bem como órgãos ricos em fagócitos mononucleares,
desenvolvem focos de necrose. A bacteremia fulminante
também induz coagulação intravascular disseminada,
hemorragias e trombos. Nessa fase, as pulgas não podem
mais adquirir grande quantidade de bactérias do sangue do
enfermo, e assim a transmissão para novos hospedeiros
diminui, reduzindo a disseminação da infecção.