Leia o trecho a seguir.
O espaço também é tratado como um fato da natureza,
“naturalizado” através da atribuição de sentidos cotidianos
comuns. Sob certos aspectos, mais complexo do que o tempo – tem
direção, área, forma, padrão e volumo como principais atributos,
bem como distância – o espaço é tratado tipicamente como um
atributo objetivo das coisas que pode ser medido e, portanto,
apreendido. Reconhecemos que a nossa experiência subjetiva pode
nos levar a domínios de percepção, de imaginação, de ficção e de
fantasia que produzem espaços e mapas mentais como miragens
da coisa supostamente “real”. Sob a superfície de ideias do senso
comum e aparentemente “naturais” acerca do tempo e do espaço,
ocultam-se territórios de ambiguidade, de contradição e de luta.
Os conflitos surgem não apenas de apreciações subjetivas
admitidamente diversas, mas porque diferentes qualidades
materiais objetivas do tempo e do espaço são consideradas
relevantes para a vida social em diferentes situações. Importantes
batalhas também ocorrem nos domínios da teoria, bem como da
prática, científica, social e estética. O modo como representamos
o espaço e o tempo na teoria importa, visto afetar a maneira como
nós e os outros interpretamos e depois agimos com relação ao
mundo. Adaptado de: HARVEY , David. A condição pós-moderna. Uma pesquisa
sobre as Origens da Mudança Cultural. São Paulo: Edições Loyola, 1992,
pp. 188 – 190.
Com base na leitura do trecho, é correto afirmar que o autor
✂️ a) compreende o espaço como uma realidade material que
precede os processos sociais. ✂️ b) entende o espaço como uma construção, portanto, não possui
uma dinâmica própria na sua materialidade. ✂️ c) entende o espaço como uma construção teórica cujas
concepções influenciam a vida prática. ✂️ d) interpreta o espaço considerando sua complexidade de
apreensão, tratando-o como algo completamente abstrato. ✂️ e) considera o espaço, na sua materialidade, não impacta a vida
social, sendo sua influência restrita à teoria que o sustenta.