A delimitação dos gêneros jornalísticos segue sendo um desafio teórico e prático para os estudiosos e profissionais da área. As clássicas tipologias (notícia, reportagem, entrevista, crônica, editorial, artigo de opinião etc.) foram inicialmente estabelecidas a partir de padrões de linguagem, formatação e propósito comunicativo. Contudo, as transformações tecnológicas e sociais – como o surgimento do jornalismo digital e a multiplicação de plataformas – trouxeram novas possibilidades de construção discursiva, levando a sobreposições de características genéricas. Em função disso, os estudos contemporâneos questionam até que ponto os gêneros jornalísticos podem ser definidos com rigidez ou se, na prática, eles se tornam cada vez mais híbridos. Considerando as discussões sobre a evolução dos gêneros jornalísticos na atualidade, especialmente diante da convergência midiática e das mudanças nas práticas profissionais, expressa a complexidade de definir esses gêneros no ambiente contemporâneo:
✂️ a) A noção de gêneros jornalísticos perdeu completamente o sentido, pois o público consome conteúdos de maneira superficial, e qualquer texto jornalístico pode ser classificado como crônica ou artigo de opinião. ✂️ b) A diversidade de plataformas e recursos digitais reforçou a rigidez das fronteiras entre os gêneros, pois cada nova ferramenta exige fórmulas discursivas específicas, mantendo claras as distinções textuais e narrativas. ✂️ c) A convergência de mídias instaurou uma homogeneização inevitável dos conteúdos jornalísticos, de modo que não existem mais diferenças significativas entre uma reportagem investigativa e um simples boletim de notícias. ✂️ d) Os gêneros jornalísticos estão em permanente reconstrução, pois incorporam elementos de outras narrativas e linguagens; contudo, princípios como apuração rigorosa, clareza e coerência ainda fundamentam a distinção entre formatos como notícia, reportagem, artigo e crônica.