No texto a seguir, Cida Bento tematiza o “pacto narcísico” constitutivo da branquitude e seu papel
nas relações raciais no Brasil:
O silêncio, a omissão, a distorção do lugar do branco na situação das desigualdades
raciais no Brasil têm um forte componente narcísico, de autopreservação, porque vêm
acompanhados de um pesado investimento na colocação desse grupo como grupo de
referência da condição humana. Quando precisam mostrar uma família, um jovem ou
uma criança, todos os meios de comunicação social brasileiros usam quase que
exclusivamente o modelo branco. Freud identifica a expressão do amor a si mesmo, ou
seja, o narcisismo, como elemento que trabalha para a preservação do indivíduo e que
gera aversões ao que é estranho, diferente. É como se o diferente, o estranho, pusesse
em questão o “normal”, o “universal”, exigindo que se modifique, quando autopreservarse remete exatamente à imutabilidade. Assim, a aversão e a antipatia surgem. (BENTO,
2002, p. 30)
BENTO, M. A. S. Branqueamento e branquitude no Brasil.
In:CARONE, I.; BENTO, M. A. S. (Org.). Psicologia social do racismo:
estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002.
De acordo com o texto,
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