O que o Antropoceno põe em cheque, justamente, é a própria noção de anthropos , de
um sujeito universal (espécie, mas também classe ou multidão) capaz de agir como um
só povo . A situação propriamente etnopolítica do “humano” como multiplicidade
intensiva e extensiva de povos deve ser reconhecida como implicada diretamente na
crise do Antropoceno. Se não existe um interesse universal humano positivo , é porque
existe uma diversidade de alinhamentos políticos dos diversos povos ou “culturas”
mundiais com muitos outros actantes e povos não humanos (formando o que Latour
chama de “coletivos”) contra os autointitulados porta-vozes do Universal. (DANOWSKI;
CASTRO, 2014, p. 121, grifos dos autores)
DANOWSKI, D.; CASTRO, E. V. Humanos e terranos na terra de Gaia.
In : Há mundo por vir ? - ensaio sobre os medos e os fins.
Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2014.
De acordo com o texto,
✂️ a) os diversos alinhamentos políticos de múltiplas culturas e povos não humanos estão na base da ausência de um interesse universal humano positivo. ✂️ b) o anthropos se confunde com o sujeito universal e o Antropoceno favorece a existência de povos não humanos. ✂️ c) o Antropoceno é um período geológico que se fundamenta na humanidade como único ator no planeta. ✂️ d) os “coletivos” são maneiras pelas quais se instancia a ideia universal de humanidade.