No século XVII já eram fabricados autômatos que despertavam interesse e admiração pela complexidade e perfeição de
movimentos. O pensador francês René Descartes reflete então sobre a possibilidade de ser fabricado um autômato a tal ponto
semelhante a um ser humano que tornasse quase impossível a tarefa de diferenciar o homem da máquina. Para distingui-los,
sugere dois critérios. Máquinas poderiam até proferir palavras obedecendo a comandos, mas nunca arranjar as palavras para
responder ao sentido de tudo quanto se disser na sua presença . E, do mesmo modo, ainda que máquinas pudessem vir a
desempenhar algumas tarefas de modo muito superior aos seres humanos, contudo, falhariam infalivelmente em algumas
outras, pelas quais se descobriria que não agem pelo conhecimento .
(DESCARTES, René. Discurso do Método , Parte V, § 10)
Traduz os argumentos do filósofo para o nosso tempo o que se encontra em:
✂️ a) Os notáveis desenvolvimentos da Inteligência Artificial permitem mimetizar raciocínios e comportamentos, porém não
operam com a plasticidade e inventividade da razão criadora enquanto um atributo exclusivamente humano. ✂️ b) O funcionamento de máquinas não guarda qualquer semelhança com a mente de seus criadores. ✂️ c) No século XVII o conhecimento técnico ainda era restrito, então não seria possível ao filósofo fazer qualquer avaliação
sobre a relação entre humanos e máquinas. ✂️ d) Com os avanços dos conhecimentos em Inteligência Artificial é razoável prever que computadores e robôs eventualmente
conseguirão reproduzir todos os aspectos e características do comportamento humano. ✂️ e) Robôs e computadores devem ser destinados sobretudo ao entretenimento como os autômatos do passado, seus precursores.