Fazei, ó Senhor, que voltemos já para Vós para nós não submergirmos, porque o nosso bem, que sois Vós mesmo vive, sem
deficiência alguma, em Vós. Apesar de nos termos precipitado
do nosso bem, não temos receio de o não encontrar quando
voltarmos; porque, na nossa ausência, não desaba a nossa morada — a vossa eternidade. (STO. AGOSTINHO: Confissões (397/401) Confissões – Santo Agostinho
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O tempo é, e sempre tem sido, um problema filosófico de
grande interesse, principalmente em nossa época. Aliás, não
só para filósofos e cientistas, mas também para o indivíduo
comum, que está acostumado a organizar e realizar suas tarefas e experiências de acordo com a ideia de tempo concebida
como sucessão de instantes traduzida em presente, passado e
futuro. Agostinho de Hipona (354-430) foi um dos grandes pensadores a se preocupar com esta problemática e, dentre suas
reflexões sobre o tema, é possível afirmar que:
✂️ a) Acreditava que no tempo da alma nada duraria, já que a
perenidade estaria na materialidade do mundo. ✂️ b) Diferenciava o tempo da alma e o tempo do mundo, que
só existiriam para nós, na nossa mente ou alma. ✂️ c) Afirmava que apenas a teologia e a fé poderiam definir e
quantificar com exatidão o que é e como se procede o tempo. ✂️ d) Preconizava que o passado era, pois, o tempo mais importante para nós, pois nos colocava diante da nossa
insignificância e dependência de Deus.