Quais os pensadores e filósofos utilizados em sala de aula fora do modelo universalista, moderno, europeu de conhecimento? A história do pensamento social e filosófico como é ensinado hoje permite traçar uma genealogia direta entre a Grécia Clássica e os pensadores modernos – como se houvesse apenas um percurso possível ao pensamento, e o racionalismo moderno ocidental fosse a única maneira viável e legítima de se construir o saber. Assim, há um continuum entre o mundo Helenístico, o Império Romano, o Renascimento e a Europa Moderna, como se fosse um percurso retilíneo, uniforme e o mundo eurocêntrico contemporâneo fosse a finalidade última de todos os povos (resultante da retórica da Modernidade); e/ou não fosse possível um pensamento fora dessa noção de paradigma. FERNANDES, Estevão Rafael. Ruptura epistêmica, descolonidade e povos indígenas: reflexões sobre saberes-outros. In: DANNER, Leno Francisco; DANNER, Fernando. Ensino de Filosofia, gênero e diversidade: pensando o ensino de Filosofia na escola. Porto Alegre: Fi, 2014. P.68 Assinale a alternativa cuja conclusão deixa a afirmativa equivocada: A) Na tradição filosófica ocidental, podemos identificar o predomínio de autores europeus do sexo masculino. Sendo assim, o ensino de Filosofia deve usar a reflexão filosófica para questionar e superar o etnocentrismo e a misoginia ainda presentes no pensamento do Ocidente. B) É fundamental debater e refletir a questão da descolonização dos saberes no ensino de Filosofia. Contanto não se propõe a abnegação ao pensamento clássico ou dos filósofos europeus; o problema é apresentar tal sistema de pensamento como modelo, de forma acrítica. C) Faz-se necessário haver no ensino, não apenas outras filosofias, mas outros sistemas de pensamento que nos impõem conceitos-outros de epistemes. Assim, refletir-se criticamente sobre o papel ocupado por intelectuais indígenas, afro-latinos, feministas, queer, entre outros, nos livros didáticos e nas discussões em sala de aula. D) Os estudos tradicionais de Filosofia costumam deixar ausentes ou relegar ao segundo plano as contribuições de mulheres, africanos e asiáticos, por exemplo. Ao valorizar esses “excluídos”, confirma-se uma suposta inferioridade ou falta de propensão à reflexão filosófica por parte dos mesmos. E) Um dos aspectos mais formadores do estudo filosófico reside em promover o contato com maneiras diferentes de ver e conceber o mundo ao nosso redor. Para tanto, o percurso reflexivo da disciplina precisa apresentar uma paisagem conceitual variada, a fim de que o estudante possa enriquecer suas convicções pessoais e ser confrontado com o questionamento de uma presumida ordem natural das coisas.

D) Os estudos tradicionais de Filosofia costumam deixar ausentes ou relegar ao segundo plano as contribuições de mulheres, africanos e asiáticos, por exemplo. Ao valorizar esses “excluídos”, confirma-se uma suposta inferioridade ou falta de propensão à reflexão filosófica por parte dos mesmos.

Quais os pensadores ...

1Q1069931 | Filosofia, O que É a Filosofia, Bambuí, IF MG, IF MG, 2024

Quais os pensadores e filósofos utilizados em sala de aula fora do modelo universalista, moderno, europeu de conhecimento? A história do pensamento social e filosófico como é ensinado hoje permite traçar uma genealogia direta entre a Grécia Clássica e os pensadores modernos – como se houvesse apenas um percurso possível ao pensamento, e o racionalismo moderno ocidental fosse a única maneira viável e legítima de se construir o saber. Assim, há um continuum entre o mundo Helenístico, o Império Romano, o Renascimento e a Europa Moderna, como se fosse um percurso retilíneo, uniforme e o mundo eurocêntrico contemporâneo fosse a finalidade última de todos os povos (resultante da retórica da Modernidade); e/ou não fosse possível um pensamento fora dessa noção de paradigma.

FERNANDES, Estevão Rafael. Ruptura epistêmica, descolonidade e povos indígenas: reflexões sobre saberes-outros. In: DANNER, Leno Francisco; DANNER, Fernando. Ensino de Filosofia, gênero e diversidade: pensando o ensino de Filosofia na escola. Porto Alegre: Fi, 2014. P.68

Assinale a alternativa cuja conclusão deixa a afirmativa equivocada:

✂️ a) Na tradição filosófica ocidental, podemos identificar o predomínio de autores europeus do sexo masculino. Sendo assim, o ensino de Filosofia deve usar a reflexão filosófica para questionar e superar o etnocentrismo e a misoginia ainda presentes no pensamento do Ocidente.
✂️ b) É fundamental debater e refletir a questão da descolonização dos saberes no ensino de Filosofia. Contanto não se propõe a abnegação ao pensamento clássico ou dos filósofos europeus; o problema é apresentar tal sistema de pensamento como modelo, de forma acrítica.
✂️ c) Faz-se necessário haver no ensino, não apenas outras filosofias, mas outros sistemas de pensamento que nos impõem conceitos-outros de epistemes. Assim, refletir-se criticamente sobre o papel ocupado por intelectuais indígenas, afro-latinos, feministas, queer, entre outros, nos livros didáticos e nas discussões em sala de aula.
✂️ d) Os estudos tradicionais de Filosofia costumam deixar ausentes ou relegar ao segundo plano as contribuições de mulheres, africanos e asiáticos, por exemplo. Ao valorizar esses “excluídos”, confirma-se uma suposta inferioridade ou falta de propensão à reflexão filosófica por parte dos mesmos.
✂️ e) Um dos aspectos mais formadores do estudo filosófico reside em promover o contato com maneiras diferentes de ver e conceber o mundo ao nosso redor. Para tanto, o percurso reflexivo da disciplina precisa apresentar uma paisagem conceitual variada, a fim de que o estudante possa enriquecer suas convicções pessoais e ser confrontado com o questionamento de uma presumida ordem natural das coisas.