No seu livro Introdução à filosofia ocidental , o
professor Antony Flew diz que filosofia consiste em argumentos
“sempre, do início ao fim” e, como não há argumentos no
pensamento oriental (ou conforme ele pensa), por consequência
não existe filosofia no pensamento oriental. De modo similar,
refere-se à tradição filosófica africana. Contudo, quando ele diz
que sem argumentação e clarificação não há filosofia,
tecnicamente falando, ele identifica filosofia com uma
argumentação tipicamente ocidental. Em outras palavras, ele
quer dizer que, se a atividade reflexiva não estiver baseada na
argumentação e clarificação típicas do pensamento ocidental
(recomendado pela tradição analítica anglo-saxã), ela não é
filosofia. Em primeiro lugar, a essência da filosofia não é o
argumento, mas a reflexão, o que faz com que não tomemos a
argumentação tipicamente ocidental como padrão para a
filosofia. Em qualquer lugar existe reflexão acerca das questões
fundamentais sobre o ser humano e o mundo (seja qual for a
forma de reflexão empreendida), isto é, filosofia.
Joseph I. Omoregbe. Filosofia Africana : Ontem e Hoje. Internet:<www.filosofiaafricana.weebly.com> (com adaptações). A partir da crítica apresentada no texto anterior, de Joseph
Omoregbe, infere-se que, para esse autor,
✂️ a) uma vez que o essencial à filosofia é antes a argumentação
que a reflexão, é possível que no futuro existam tanto uma
filosofia africana quanto uma filosofia oriental. ✂️ b) uma vez que o essencial à filosofia é antes a reflexão que a
argumentação, há também uma filosofia africana e uma
filosofia oriental, apesar de ambas não utilizarem os modos
de argumentação ocidentais. ✂️ c) há, na filosofia africana e na filosofia oriental, uma
argumentação e uma clarificação de ideias semelhantes às
presentes na filosofia analítica. ✂️ d) devemos assumir que a essência da filosofia é a
argumentação, seja ela ocidental, africana ou oriental. ✂️ e) devemos assumir a reflexão tipicamente africana ou a oriental
como as únicas que merecem a designação de filosofia.