“(...) Ao pensarmos em uma educação crítica na área de dança, que nos permita ver/sentir/perceber
"claro, amplo e profundo" (Rios, 1985), não podemos deixar de cuidadosamente analisar suas múltiplas
relações com a sociedade em que vivemos. Ao contrário de uma visão histórica ingênua de que a dança
não passa de "uns passinhos a mais ou a menos nas vidas das pessoas", hoje não podemos mais ignorar
o papel social, cultural e político do corpo em nossa sociedade e, portanto, da dança (...)”.
Nessa perspectiva, segundo a autora, é INCORRETO afirmar que:
✂️ a) Através de nossos corpos aprendemos subliminar e inconscientemente (caso não tenhamos
aprendido a ter uma postura crítica diante da vida) quem somos, o que querem de nós, por que estamos
neste mundo e como devemos nos comportar diante de suas demandas. ✂️ b) Ao contrário do que nos dita o senso comum, as aulas de dança podem ser verdadeiras prisões dos
sentidos, das idéias, dos prazeres, da percepção e das relações que podemos traçar com o mundo ✂️ c) Nossos corpos são "projetos comunitários" quanto à forma, peso, postura, saúde etc. e raramente
somos incentivados a arriscar, a tentar o novo, a variar nossos movimentos ou até mesmo a descobrir
nossas próprias vozes neles contidas. ✂️ d) Regras posturais baseadas na anatomia padrão, seqüências de exercícios preparadas para todas as
turmas do mesmo modo, repertórios rígidos e impostos podem estar nos desconectando de nossa
próprias experiências e impondo tanto ideais de corpo (em forma e postura) quanto de comportamento
em sociedade. ✂️ e) Conceitos e regras sobre gênero, raça, etnia, classe social etc. não estão nem são incorporados
durante nosso processo de ensino-aprendizado que só é possível se nos damos conta daquilo que
estamos construindo ou até mesmo (re)produzindo.