Augusto Boal afirma que o Teatro do Oprimido, em todas as suas formas, busca sempre a
transformação da sociedade no sentido da libertação dos oprimidos. “(...) É ação em si mesmo e é a
preparação para ações futuras. ‘Não basta interpretar a realidade: é necessário transformá-la’ - disse
Marx, com admirável simplicidade. (...)”
BOAL, Augusto. Teatro do oprimido. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.
Na perspectiva do autor, o Teatro deve ser compreendido:
✂️ a) como ação do indivíduo em relação ao espaço coletivo, não sendo uma atividade política por
excelência mas, antes, uma atividade de afirmação da subjetividade individual e coletiva. ✂️ b) como arma eficiente e instrumento de dominação, a fim de não sermos induzidos ao erro de não
dissociar teatro e política. ✂️ c) como necessariamente político, uma vez que políticas são todas as atividades do homem e o teatro é uma delas. ✂️ d) reflexo eficiente da ideologia dominante, perpetuando divisões estabelecidas pela aristocracia,
como protagonistas e o coro, de uma forma ou de outra simbolizando a massa. ✂️ e) como resultado da lógica burguesa, que, à luz do Sistema Trágico de Aristóteles, transformou os
protagonistas que antes eram objetos de valores morais em sujeitos multidimensionais, indivíduos
excepcionais, igualmente afastados do povo.