Paciente de 62 anos, lúcido, com hemorragia
digestiva alta, assina recusa informada para transfusão
de hemácias. Evolui com choque hemorrágico iminente,
mantendo compreensão clara dos riscos e coerência de
valores. A equipe discute limitação de suporte. À luz do
Código de Ética Médica e da doutrina bioética
contemporânea (autonomia, beneficência, não
maleficência e justiça), qual conduta é a mais
eticamente consistente?
✂️ a) Proceder à transfusão por beneficência
ampliada, pois a condição de risco vital
suspende a autonomia quando há possibilidade
concreta de reversão fisiológica imediata. ✂️ b) Suspender toda intervenção invasiva por
princípio de não maleficência, já que a recusa
transfusional implica recusa de qualquer
tentativa de hemostasia ativa. ✂️ c) Solicitar autorização judicial sumária para
transfusão compulsória, uma vez que em
emergência a vontade do paciente é presumida
a favor da vida, independentemente de
diretivas prévias. ✂️ d) Transferir o paciente para outro serviço a fim de
mitigar conflito moral da equipe, sem
necessidade de continuidade assistencial até
que a transferência esteja concluída. ✂️ e) Manter a recusa e ajustar metas terapêuticas,
oferecendo alternativas não sanguíneas,
hemostasia endoscópica e medidas de suporte
proporcional, com documentação robusta e
registro da diretiva.