Texto associado. TEXTO 1
Iracema Tabajara
Sou Auritha Tabajara,
Nascida longe da praia,
Fascinada pelas rimas
E melodia da jandaia.
No Ceará foi a festa,
Meu leito foi a floresta
Nas folhas de samambaia.
A minha essência ancestral
Me encontra cordelizando,
Faz me existir resistindo,
Ao mundo eu vou contando;
Que minha forma de amar
Ninguém vai colonizar,
Da arte sempre vou me armando.
[...]
Eu não sou como Iracema
A de José de Alencar,
Sou do povo TABAJARA
Onde canta o sabiá
Minha aldeia tem imburana
Minha terra é soberana
Pelo toque do maracá.
TABAJARA, A. Disponível em: www.sescsp.org.br.
Acesso em: 12 maio 2025 (fragmento).
TEXTO 2
Pankararu
Sabem, meus filhos...
Nós somos marginais das famílias
Somos marginais das cidades
Marginais das palhoças...
E da história?
Não somos daqui
Nem de acolá
Estamos sempre ENTRE
Entre este ou aquele
Entre isto ou aquilo!
Até onde aguentaremos, meus filhos?...
POTIGUARA, E. Disponível em: www.tyrannusmelancholicus.com.br.
Acesso em: 12 maio 2025.
Durante uma atividade de letramento literário em uma escola indígena, o professor propõe a leitura dos poemas Iracema
Tabajara , de Auritha Tabajara, e Pankararu , de Eliane Potiguara. Considerando que o objetivo da atividade é promover, por
meio da literatura, a afirmação das identidades indígenas a partir da reflexão sobre saberes e formas de resistência em uma
perspectiva crítica e decolonial, selecione a alternativa que contém o fragmento e a reflexão que atendem ao objetivo proposto.
✂️ a) “Ao mundo eu vou contando; / Que minha forma de amar / Ninguém vai colonizar” — revela processo de internalização de
heranças culturais coloniais relacionadas a valores afetivos. ✂️ b) “Não somos daqui / Nem de acolá / Estamos sempre ENTRE” — reforça o sentimento de pertencimento que compromete
o estabelecimento de raízes culturais da identidade indígena. ✂️ c) “A minha essência ancestral / Me encontra cordelizando, / Faz me existir resistindo” — aponta de que maneira a produção
literária se configura como forma de preservação identitária. ✂️ d) “Eu não sou como Iracema / A de José de Alencar, / Sou do povo TABAJARA” — representa um processo de absorção cultural,
característico do protagonismo indígena em diferentes escolas literárias.