Assinale a opção que constitui continuação coesa e coerente para o texto abaixo:
Não há dúvida de que a grande mudança ocorreu no início da década de 60, com a política externa independente inaugurada pelo governo Jânio Quadros, responsável pelas novas relações do Brasil com América Latina, Ásia e África, mas também com o mundo socialista e com o Movimento dos Países Não-Alinhados. Consolidou-se uma estratégia mais autônoma em relação aos Estados Unidos, mais aberta aos países do mundo e mais combativa no plano das negociações comerciais e financeiras do país, como ficou claro no apoio à criação da Alalc e na participação brasileira na Unctat e no Grupo dos 77, nas décadas de 60 e 70.
✂️ a) Essa posição foi mantida, em grandes linhas, pela política externa de quase todos os governos militares, a despeito do seu alinhamento ferrenho em torno da causa anticomunista, e, também, depois da redemocratização, com a política externa do governo Sarney. ✂️ b) Por causa dessa vitória americana na Guerra Fria, a nova utopia da globalização e mais uma onda de liquidez internacional criaram as bases materiais e ideológicas da nova virada liberal das elites e do Estado brasileiro. ✂️ c) Com esse ponto de vista geopolítico, o governo brasileiro apostou num sólido alinhamento com os Estados Unidos e seu projeto de globalização liberal, aceitando a internacionalização dos centros de decisão brasileiros e a fragilização do Estado, em troca de um projeto de governança global rigorosamente utópico. ✂️ d) Esse Plano Marshall para a América Latina impediu que o Brasil se transformasse numa experiência original de desenvolvimento acelerado e "excludente", sob a liderança desses investimentos estatais e desse capital privado estrangeiro, proveniente de quase todos os países do núcleo central do sistema capitalista. ✂️ e) Tais momentos importantes desta nova trajetória como as propostas da Operação Pan-americana, em 1958, e da Operação Brasil-Ásia, nos anos 1959-60, ao mesmo tempo de uma maior aproximação da Europa e da África Negra. No mesmo momento, o governo brasileiro também revia suas relações econômicas internacionais, rompendo seu acordo com o FMI.(Adaptado de José Luís Fiori "O Brasil no mundo: o debate da política externa")