Texto associado. Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto abaixo.O futuro da humanidade Tudo indica que há um aquecimento progressivo do planeta e que esse fenômeno é causado pelo homem. Nossos filhos e netos já conhecerão seus efeitos devastadores: a subida do nível do mar ameaçará nossas costas, e o desequilíbrio climático comprometerá os recursos básicos - em muitos lugares, faltará água e faltará comida. Os humanos (sobretudo na modernidade) prosperaram num projeto de exploração e domínio da natureza cujo custo é hoje cobrado. Para corrigir esse projeto, atenuar suas conseqüências e sobreviver, deveríamos agir coletivamente. Ora, acontece que nossa espécie parece incapaz de ações coletivas. À primeira vista, isso é paradoxal. Progressivamente, ao longo dos séculos, chegamos a perceber qualquer homem como semelhante, por diferente de nós que ele seja. Infelizmente, reconhecer a espécie como grupo ao qual pertencemos (sentir solidariedade com todos os humanos) não implica que sejamos capazes de uma ação coletiva. Na base de nossa cultura está a idéia de que nosso destino individual é mais importante do que o destino dos grupos dos quais fazemos parte. Nosso individualismo, aliás, é a condição de nossa solidariedade: os outros são nossos semelhantes porque conseguimos enxergá-los como indivíduos, deixando de lado as diferenças entre os grupos aos quais cada um pertence. Provavelmente, trata-se de uma conseqüência do fundo cristão da cultura ocidental moderna: somos todos irmãos, mas a salvação (que é o que importa) decide-se um por um. Em suma: agir contra o interesse do indivíduo, mesmo que para o interesse do grupo, não é do nosso feitio. Resumo: hoje, nossa espécie precisa agir coletivamente, mas a própria cultura que, até agora, sustentou seu caminho torna esse tipo de ação difícil ou impossível. Mas não sou totalmente pessimista. Talvez nosso impasse atual seja a ocasião de uma renovação. Talvez saibamos inventar uma cultura que permita a ação coletiva da comunidade dos humanos que habitam o planeta Terra. (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo , 8/02/07)
Mas não sou totalmente pessimista. Talvez nosso impasse atual seja a ocasião de uma renovação. Está formalmente correta e coerente a reconstrução do trecho acima em:
a) O fato de não ser totalmente pessimista me leva a acreditar de que possivelmente esse impasse constitue nossa chance de se renovar.
b) Desta ocasião de impasse talvez surja uma renovação, visto que sequer estou inteiramente pessimista.
c) Como não é improvável que uma renovação deixe de vir por conta desse impasse, eis por que não me mostro plenamente pessimista.
d) Não me tomo de um pessimismo absoluto, dado que desse impasse talvez advenha uma renovação.
e) Conquanto não seja de todo pessimista, devo crer que uma renovação possa nascer com esse impasse.