Questões Português Pontuação

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1Q184157 | Português, Pontuação, Engenheiro Civil Agente de Defensoria, DPE SP, FCC

Texto associado.

Administração da linguagem

Nosso grande escritor Graciliano Ramos foi, como se
sabe, prefeito da cidade alagoana de Palmeira dos Índios. Sua
gestão ficou marcada não exatamente por atos administrativos
ou decisões políticas, mas pelo relatório que o prefeito deixou,
terminado o mandato. A redação desse relatório é primorosa,
pela concisão, objetividade e clareza (hoje diríamos:
transparência), qualidades que vêm coerentemente combinadas
com a honestidade absoluta dos dados e da autoavaliação -
rigorosíssima, sem qualquer complacência - que faz o prefeito.
Com toda justiça, esse relatório costuma integrar sucessivas
edições da obra de Graciliano. É uma peça de estilo raro e de
espírito público incomum.

Tudo isso faz pensar na relação que se costuma promover
entre linguagens e ofícios. Diz-se que há o "economês", jargão
misterioso dos economistas, o "politiquês", estilo evasivo
dos políticos, o "acadêmico", com o cheiro de mofo dos baúsda
velha retórica etc. etc. E há, por vezes, a linguagem processual,
vazada em arcaísmos, latinismos e tecnicalidades que a tornam
indevassável para um leigo. Há mesmo casos em que se pode
suspeitar de estarem os litigantes praticando - data venia - um
vernáculo estrito, reservado aos iniciados, espécie de senha
para especialistas.

Não se trata de ir contra a necessidade do uso de conceitos
específicos, de não reconhecer a vantagem de se empregar
um termo técnico em vez de um termo impreciso, de abolir,
em suma, o vocabulário especializado; trata-se, sim, de evitar o
exagero das linguagens opacas, cifradas, que pedem "tradução"
para a própria língua a que presumivelmente pertencem. O
exemplo de Graciliano diz tudo: quando o propósito da comunicação
é honesto, quando se quer clareza e objetividade no que
se escreve, as palavras devem expor à luz, e não mascarar, a
mensagem produzida. No caso desse honrado prefeito alagoano,
a ética rigorosa do escritor e aética irrepreensível do
administrador eram a mesma ética, assentada sobre os princípios
da honestidade e do respeito para com o outro.

(Tarcísio Viegas, inédito)

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💬 Comentários

Confira os comentários sobre esta questão.
Rodrigo Ferreira
Por Rodrigo Ferreira em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: c)

Vamos analisar cada alternativa para entender por que as outras estão com a pontuação incorreta:

a) "Quando prefeito de Palmeira dos Índios Graciliano, nem todos o sabem, escreveu a propósito de sua gestão, um relatório que se tornou memorável."
Aqui faltam vírgulas para isolar o aposto "Quando prefeito de Palmeira dos Índios" e o termo "Graciliano". O correto seria: "Quando prefeito de Palmeira dos Índios, Graciliano, nem todos o sabem, escreveu..." Além disso, a vírgula antes de "um relatório" está inadequada.

b) "O autor do texto, até onde se pode avaliar não investe contra a linguagem técnica se esta é produtiva, mas contra excessos que a tornam ineficaz."
Faltam vírgulas para isolar a expressão "até onde se pode avaliar", que é uma oração explicativa. O correto seria: "O autor do texto, até onde se pode avaliar, não investe contra..."

c) "Ao caracterizar várias linguagens, correspondentes a vários ofícios, o autor não deixou de se valer da ironia, essa arma habitual dos céticos."
Aqui a pontuação está correta. As vírgulas isolam a oração explicativa "correspondentes a vários ofícios" e o aposto "essa arma habitual dos céticos".

d) "A ética rigorosa que Graciliano revela na escritura dos romances, está também nesse relatório de prefeito muito autocrítico e enxuto."
A vírgula após "romances" está incorreta, pois separa sujeito e verbo. O correto seria não usar vírgula ali.

e) "A retórica entendida como arte do discurso, pode ser eficaz ou inútil, dependendo dos propósitos e do talento, de quem a manipula."
A vírgula após "discurso" está incorreta, pois separa o sujeito do verbo. Além disso, a vírgula antes de "de quem a manipula" também é desnecessária.

Portanto, a única alternativa com pontuação correta é a c).
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