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Nos versos de 1 a 6, a poeta vale-se de um recurso para caracterizar tanto o

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1Q595134 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ

Texto associado.
        O passado anda atrás de nós
        como os detetives os cobradores os ladrões
        o futuro anda na frente
        como as crianças os guias de montanha
5     os maratonistas melhores
        do que nós
        salvo engano o futuro não se imprime
        como o passado nas pedras nos móveis no rosto
        das pessoas que conhecemos
10    o passado ao contrário dos gatos
        não se limpa a si mesmo
        aos cães domesticados se ensina
        a andar sempre atrás do dono
        mas os cães o passado só aparentemente nos pertencem
15    pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro
        este besouro este vulcão este despenhadeiro
        à frente de nós à frente deles
        corre o cão
 ANA MARTINS MARQUES
O livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Nos versos de 1 a 6, a poeta vale-se de um recurso para caracterizar tanto o passado quanto o futuro. Esse recurso consiste na construção de:
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💬 Comentários

Confira os comentários sobre esta questão.
Camila Duarte
Por Camila Duarte em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: c) relações de comparação.

Nos versos indicados, o poeta utiliza comparações para caracterizar o passado e o futuro, estabelecendo relações que ajudam a construir o sentido temporal e emocional do texto.

A comparação é um recurso literário que aproxima dois elementos por meio de conectivos como 'como', 'tal qual', 'assim como', entre outros, permitindo uma melhor compreensão e uma imagem mais vívida.

As outras alternativas não se aplicam adequadamente: a ironia (a) não é o recurso principal nesses versos; a escala de gradações (b) refere-se a uma progressão crescente ou decrescente, o que não é o foco; a sequência de personificações (d) envolveria atribuir características humanas a elementos não humanos, o que não é o caso aqui.

Portanto, a construção de relações de comparação é o recurso utilizado para caracterizar o passado e o futuro nos versos mencionados.
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