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Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que

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1Q666708 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular ENEM, ENEM, INEP

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    A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.
    Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado. In: Cadernos de Letras da UFF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
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💬 Comentários

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Camila Duarte
Por Camila Duarte em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: e) A questão aborda a substituição do verbo 'haver' por 'ter' em diferentes contextos, o que remete a uma discussão sobre variação linguística e atitudes em relação à norma culta.

A alternativa e) destaca que os comportamentos puristas, que buscam preservar a língua de forma rígida e muitas vezes rejeitam variações naturais, são prejudiciais para a compreensão da constituição linguística. Isso porque a língua está em constante mudança e variação, e o purismo pode impedir o reconhecimento dessas dinâmicas.

As outras alternativas não se encaixam tão bem. A alternativa a) fala sobre norma e pesquisa histórica, mas o foco da questão é mais sobre atitudes linguísticas do que sobre metodologia normativa.

A alternativa b) menciona estudos clássicos de sintaxe histórica, que enfatizam variação e mudança, mas não é o ponto central da questão, que é a crítica ao purismo.

A alternativa c) fala em avaliação crítica e hierarquizante, o que contrasta com a ideia de que o purismo é prejudicial.

A alternativa d) defende a adoção de uma única norma, o que vai contra a ideia de que o purismo é negativo.

Portanto, a alternativa e) é a que melhor responde ao enunciado, alinhando-se com a ideia de que o purismo prejudica a compreensão da língua em sua diversidade e evolução.
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