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O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de...

Responda: O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de sua...


1Q667025 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular ENEM, ENEM, INEP

Texto associado.
    Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem… Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada… O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas… Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
    O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.
    A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.
O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que
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💬 Comentários

Confira os comentários sobre esta questão.
Matheus Fernandes
Por Matheus Fernandes em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: c)

Vamos analisar o texto e as alternativas juntos.

No fragmento, Policarpo Quaresma é um personagem que se dedicou ao patriotismo, estudando a língua tupi, a agricultura, a história e os heróis do Brasil. Porém, ele se depara com a descrença, o escárnio e a realidade dura, que não corresponde às suas expectativas idealizadas. Ele percebe que a "pátria que quisera ter era um mito", ou seja, uma construção idealizada, cheia de elementos míticos como a doçura do povo, a fertilidade da terra, a pureza da língua, que na prática não se confirmam.

Agora, olhando as alternativas:

a) Diz que estudar inutilidades levou a uma visão mais ampla do país. No texto, ele considera esses estudos inúteis e não demonstra ter uma visão ampliada, mas sim frustração.

b) Fala que a curiosidade pelos heróis levou a um ideal de prosperidade e democracia no contexto republicano. O texto não menciona prosperidade ou democracia, e sim decepção.

c) Aponta que a construção da pátria a partir de elementos míticos conduz à frustração ideológica. Isso está bem alinhado com o texto, que fala da pátria como mito e da série de decepções.

d) Atribui a decepção à propensão do brasileiro ao riso e escárnio, justificando a desistência de Policarpo. O texto fala do riso e escárnio, mas não que isso justifique a desistência, e sim que ele sofre com isso.

e) Fala da certeza da fertilidade da terra como parte de um projeto ideológico salvacionista. O texto mostra que a terra não era fértil, e que isso foi uma decepção, não uma certeza.

Portanto, a alternativa que melhor expressa a ideia do texto é a c).

Se quiser, posso explicar mais sobre o contexto do romance e o personagem!
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