Fragmento de textos sobre a transferência da Corte portuguesa para o Brasil.
Se muita coisa mudou, não devemos exagerar o alcance das transformações. A presença
da Corte implicava uma alteração do acanhado cenário urbano da Colônia, mas a marca do
absolutismo acompanharia a alteração.
(FAUSTO, B. História do Brasil . SP: EDUSP, 2000. p. 127. Adaptado.)
Obviamente, era uma aparência enganadora. Apesar do esforço e da velocidade das
mudanças empreendidas por D. João, transformar o Brasil seria uma tarefa muito mais árdua
do que se imaginava ao observar as lojas e a pompa das famílias nas ruas da nova sede da
Corte portuguesa.
(GOMES, L. 1808 : como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e
do Brasil. SP: Planeta do Brasil, 2007. p. 227. Adaptado.)
Apesar do grande impulso transformador, o desenvolvimento da América portuguesa,
durante a presença de D. João (1808-1821), foi limitado porque
✂️ a) a estrutura centralista de governo montada por D. João, somada às características da
elite rural e escravocrata da América portuguesa, manteve o modelo político e econômico
estruturado na Colônia, até o século XVIII. ✂️ b) a nova organização política, apesar das modificações econômicas nas províncias,
contrariava os interesses das elites locais, que mantinham-se ligadas aos hábitos rurais,
base estruturante de toda sociedade colonial. ✂️ c) o modelo político estabelecido por D. João na América portuguesa, que mantinha os interesses das elites locais subordinados aos princípios estabelecidos pelo sistema colonial,
pouco alterou as bases da economia local. ✂️ d) o projeto modernizador e a descentralização administrativa, introduzidos por D. João na
América portuguesa, pouco afetaram as relações típicas da sociedade aristocrática e
escravocrata predominante na Colônia.