Os ingredientes que compõem uma gotícula de nuvem são o vapor de água e um núcleo de condensação de nuvens (NCN). Em torno desse núcleo, que consiste em uma minúscula partícula em suspensão no ar, o vapor de água se condensa, formando uma gotícula microscópica, que, devido a uma série de processos físicos, cresce até precipitar-se como chuva. Na floresta Amazônica, a principal fonte natural de NCN é a própria vegetação. As chuvas de nuvens baixas, na estação chuvosa, devolvem os NCNs, aerossóis, à superfície, praticamente no mesmo lugar em que foram gerados pela floresta. As nuvens altas são carregadas por ventos mais intensos, de altitude, e viajam centenas de quilômetros de seu local de origem, exportando as partículas contidas no interior das gotas de chuva. Na Amazônia, cuja taxa de precipitação é uma das mais altas do mundo, o ciclo de evaporação e precipitação natural é altamente eficiente. Com a chegada, em larga escala, dos seres humanos à Amazônia, ao longo dos últimos 30 anos, parte dos ciclos naturais está sendo alterada. As emissões de poluentes atmosféricos pelas queimadas, na época da seca, modificam as características físicas e químicas da atmosfera amazônica, provocando o seu aquecimento, com modificação do perfil natural da variação da temperatura com a altura, o que torna mais difícil a formação de nuvens. Paulo Artaxo et al. O mecanismo da floresta para fazer chover . In: Scientific American Brasil , ano 1, n.º 11, abr./2003, p. 38-45 (com adaptações). Na Amazônia, o ciclo hidrológico depende fundamentalmente
✂️ a) da produção de CO2 oriundo da respiração das árvores. ✂️ b) da evaporação, da transpiração e da liberação de aerossóis que atuam como NCNs. ✂️ c) das queimadas, que produzem gotículas microscópicas de água, as quais crescem até se precipitarem como chuva. ✂️ d) das nuvens de maior altitude, que trazem para a floresta NCNs produzidos a centenas de quilômetros de seu local de origem. ✂️ e) da intervenção humana, mediante ações que modificam as características físicas e químicas da atmosfera da região.