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Responda:        Quando eu era criança (e isso aconteceu em outro tempo e em outro espaço), não era incomum ouvir a pergunta “Quão l...


1Q853487 | Português, Pontuação, Analista de Tecnologia da Informação, CESPE CEBRASPE, 2020

       Quando eu era criança (e isso aconteceu em outro tempo e em outro espaço), não era incomum ouvir a pergunta “Quão longe é daqui até lá?” respondida por um “Mais ou menos uma hora, ou um pouco menos se você caminhar rápido”. Num tempo ainda anterior à minha infância, suponho que a resposta mais comum teria sido “Se você sair agora, estará lá por volta do meio-dia” ou “Melhor sair agora, se você quiser chegar antes que escureça”. Hoje em dia, pode-se ouvir ocasionalmente essas respostas. Mas serão normalmente precedidas por uma solicitação para ser mais específico: “Você vai de carro ou a pé?”.
      “Longe” e “tarde”, assim como “perto” e “cedo”, significavam quase a mesma coisa: exatamente quanto esforço seria necessário para que um ser humano percorresse uma certa distância — fosse caminhando, semeando ou arando. Se as pessoas fossem instadas a explicar o que entendiam por “espaço” e “tempo”, poderiam ter dito que “espaço” é o que se pode percorrer em certo tempo, e que “tempo” é o que se precisa para percorrê-lo. Se não fossem muito pressionados, porém, não entrariam no jogo da definição. E por que deveriam? A maioria das coisas que fazem parte da vida cotidiana são compreendidas razoavelmente até que se precise defini-las; e, a menos que solicitados, não precisaríamos defini-las. O modo como compreendíamos essas coisas que hoje tendemos a chamar de “espaço” e “tempo” era não apenas satisfatório, mas tão preciso quanto necessário, pois era o wetware — os humanos, os bois e os cavalos — que fazia o esforço e punha os limites. Um par de pernas humanas pode ser diferente de outros, mas a substituição de um par por outro não faria uma diferença suficientemente grande para requerer outras medidas além da capacidade dos músculos humanos.


Zygmunt Bauman. A modernidade como história do tempo. In: Modernidade líquida. Plínio Dentzien (Trad.). Rio de Janeiro: Zahar, 2001 (com adaptações).

A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item seguinte.

A vírgula empregada logo após o trecho “Num tempo ainda anterior à minha infância”, no primeiro parágrafo do texto, poderia ser suprimida sem prejuízo para a correção gramatical do texto.

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💬 Comentários

Confira os comentários sobre esta questão.
Marcos de Castro
Por Marcos de Castro em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: b)

A vírgula após o trecho "Num tempo ainda anterior à minha infância" é necessária para indicar a pausa que separa a oração subordinada adverbial temporal do restante da frase. Essa vírgula ajuda a organizar o período, tornando a leitura mais clara e fluida.

Sem essa vírgula, o texto ficaria mais difícil de compreender, pois a oração temporal estaria diretamente ligada à oração principal, o que pode causar ambiguidade ou confusão na interpretação do tempo referido.

Portanto, a vírgula não pode ser suprimida sem prejuízo para a correção gramatical e para a clareza do texto, confirmando que a alternativa correta é "Errado" em relação à afirmação dada.

Fazendo uma segunda análise, a vírgula é um elemento que indica a delimitação da oração subordinada adverbial, e sua ausência comprometeria a estrutura sintática e a compreensão do período, reforçando a necessidade da vírgula nesse caso.
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