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Responda:     A diferenciação entre zonas centrais e regiões marginais — centros e periferias — encontra-se hoje em várias ordens de...


1Q854847 | Português, Interpretação de Textos, Técnico de Complexidade Intelectual Arquivologia, CESPE CEBRASPE, 2020

    A diferenciação entre zonas centrais e regiões marginais — centros e periferias — encontra-se hoje em várias ordens de grandeza em comunidades, distritos, países e grupos inteiros de países. Numa cidade, a atividade comercial concentra-se geralmente numa zona determinada; em cada país há regiões nas quais se concentra mais fortemente a atividade econômica, do que em outras.

    A diferença entre regiões centrais e regiões periféricas está baseada em uma multiplicidade de contrastes — geográficos, econômicos e sociais — que, em toda a sua diversidade, também apresentam, em seu contexto, elementos comuns essenciais.

     Os centros são primariamente grandes cidades ou cidades de dimensão média, sendo periferias as zonas de economia rural. As aldeias constituem centros menores na periferia.

     Diante das periferias, os centros são, sob alguns aspectos, privilegiados. Sob perspectiva geométrica, a soma das distâncias entre o ponto central e quaisquer pontos do interior é menor do que entre um ponto da periferia (qualquer que seja esse ponto) e qualquer ponto no interior. Em torno de uma grande cidade (de uma megalópole), encontram-se as maiores artérias de circulação ordenadas de forma radial e não em círculos concêntricos. As vias de uma periferia à outra conduzem, por isso, com frequência através do centro — também quando isso exige maiores desvios.

     Para cada tipo de troca (como trânsito, comércio, turismo, transmissão de conhecimentos), os centros oferecem especiais vantagens. Eles dispõem de uma infraestrutura mais rica do que as regiões marginais, e os contatos sociais são mais densos. Hospitais, universidades, institutos de pesquisa, instituições culturais, museus, teatros, salas de concerto etc. encontram-se predominante ou exclusivamente em centros. As possibilidades de formação são mais diversificadas e de melhor qualidade. Mercados de centro se destacam por ofertas mais ricas do que os mercados das periferias. O nível de vida é mais alto, os salários são mais altos, mas também os custos de manutenção da vida são mais altos.

     Nos centros, com relação à vida social, vigora uma cultura pluralista, as pessoas são mais individualistas, mas também mais flexíveis do que nas periferias. No interior a cultura é mais fortemente presa à tradição, a mobilidade social é menor, a vida decorre mais calma e vagarosamente, e as pessoas se movimentam menos apressadamente. Quanto às atitudes mentais e intelectuais, elas também são, em geral, menos ágeis e, com frequência, mais conservadoras.

Thomas Kelssering. Dentro e fora. Centro e periferia. In: Ética, política e desenvolvimento humano: a justiça na era da globalização. Trad. Benno Dischinger. Caxias do Sul, RS: Educs, 2007, p. 171-2.

Julgue o item subsequente, relativo às ideias e às construções linguísticas do texto precedente. 
A correção gramatical do texto seria mantida se o vocábulo “que” (segundo parágrafo), fosse substituído por onde.
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💬 Comentários

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Equipe Gabarite
Por Equipe Gabarite em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: b) A substituição do vocábulo 'que' por 'onde' no segundo parágrafo do texto não manteria a correção gramatical. Isso ocorre porque 'que' funciona como pronome relativo que retoma o termo 'contrastes' e introduz uma oração subordinada adjetiva explicativa, enquanto 'onde' é um advérbio de lugar e só pode ser usado para retomar termos que indicam lugar físico ou espacial.

No contexto do texto, o termo antecedente é 'uma multiplicidade de contrastes', que não é um lugar, mas sim uma ideia abstrata. Portanto, o uso de 'onde' seria inadequado, pois não se refere a um local, mas a uma situação ou contexto abstrato.

Assim, a correção gramatical e o sentido do texto são preservados apenas com o uso do pronome relativo 'que'. A substituição por 'onde' comprometeria a coerência e a correção da frase.

Fazendo uma checagem dupla, verificamos que o uso de 'onde' é restrito a termos que indicam lugar, o que não é o caso aqui, confirmando que a alternativa correta é a letra b, ou seja, a substituição não manteria a correção gramatical.
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