Em 1751, o governador português do Mato Grosso queixou-se da
ambição monopolista espanhola à conversão dos nativos.
Perguntava que lei divina ou positiva, que direito ou bula papal,
ditava que os índios que viviam naquelas partes fossem
propriedade da Espanha. Admitia o sentido da pretensão se os
portugueses fossem heréticos. Como não eram, e dado que
procuravam converter os índios, por que não deveriam ser
autorizados a fazê-lo? Se a Espanha podia “conquistar os índios
para Deus”, Portugal também podia.
Adaptado de: Herzog, Tamar. Fronteiras da Posse, Portugal e Espanha na Europa e na
América, Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, p. 80.
Com base no trecho, assinale a afirmativa que responde
corretamente aspectos que explicam a presença das atividades
das duas potências europeias na região.
✂️ a) A conversão dos indígenas estava vinculada aos interesses de
vassalagem e à expansão territorial, portanto, evangelizá-los
significava integrá-los no status de súditos da monarquia. ✂️ b) A inexistência de um acordo formal para a demarcação da
região permitia a livre entrada e acesso de potências europeias
para a evangelização dos indígenas, frequentemente
resultando em conflitos. ✂️ c) O interesse espanhol na região e na conversão dos indígenas é
atribuído à perda de territórios andinos do Vice-reino do Peru,
os quais estavam em pleno processo de emancipação do
governo metropolitano. ✂️ d) O desinteresse português pela região e a falta de esforços na
evangelização dos indígenas que a habitavam é explicado pela
escassez de recursos naturais e materiais preciosos nesse
território.