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Os termos “febre” (L.24), “antitérmico” (L.27) e “paliativo” (L.27) expressam a anal...

Responda: Os termos “febre” (L.24), “antitérmico” (L.27) e “paliativo” (L.27) expressam a analogia do tráfico de pessoas e do trabalho escravo na atualidade com um padrão doentio cuja erradicação passa pe...


1Q920755 | Português, Interpretação de Textos, Agente Administrativo, Polícia Federal, CESPE CEBRASPE, 2025

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O Tráfico de seres humanos
Por Leonardo Sakamoto – jornalista

11.05.2009 – Migrar e trabalhar. Quando esses verbos se conjugam da pior forma possível, acontece, ainda hoje, o chamado tráfico de seres humanos. Um relatório da Organização Internacional do Trabalho, publicado em 2005, estima em cerca de 2,5 milhões o número de pessoas traficadas em todo o mundo, 43% para exploração sexual, 32% para exploração econômica e 25% para os dois ao mesmo tempo. No caso do tráfico para exploração econômica, a negociação de trabalhadores rende por ano cerca de US$ 32 bilhões no mundo.

No passado, os escravos eram capturados por grupos inimigos e vendidos como mercadoria. Hoje, a pobreza que torna populações socialmente vulneráveis garante oferta de mão-de-obra para o tráfico – ao passo que a demanda por essa força de trabalho sustenta o comércio de pessoas. Esse ciclo atrai intermediários, como os “gatos” (contratadores que aliciam pessoas para serem exploradas em fazendas e carvoarias); os “coyotes” (especializados em transportar pessoas pela fronteira entre o México e os Estados Unidos) e outros “animais”, que lucram sobre os que buscam uma vida mais digna.

O tráfico de pessoas e as formas contemporâneas de trabalho escravo não são uma doença, e sim uma febre que indica que o corpo está doente. Por isso, sua erradicação não virá apenas com a libertação de trabalhadores, equivalente a um antitérmico – necessário, mas paliativo. O fim do tráfico passa por uma mudança profunda, que altere o modelo de desenvolvimento predatório do meio ambiente e dos trabalhadores. A escravidão contemporânea não é um resquício de antigas práticas que vão desaparecer com o avanço do capital, mas um importante instrumento utilizado pelo capitalismo para se expandir.

Os termos “febre” (L.24), “antitérmico” (L.27) e “paliativo” (L.27) expressam a analogia do tráfico de pessoas e do trabalho escravo na atualidade com um padrão doentio cuja erradicação passa pela libertação dos trabalhadores, embora não se limite a ela.

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💬 Comentários

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Sumaia Santana
Por Sumaia Santana em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito> Certo
Análise textual:
1. “O tráfico de pessoas e as formas contemporâneas de trabalho escravo não são uma doença, e sim uma febre que indica que o corpo está doente.”
> “Febre” é usada como metáfora de um sintoma.
>O autor sugere que o tráfico é um sintoma de algo mais profundo e estrutural (o “corpo” doente = sistema socioeconômico).

2. “...equivalente a um antitérmico – necessário, mas paliativo.”
>Libertar trabalhadores é comparado a usar um antitérmico: reduz o sintoma (febre), mas não cura a doença.
>A palavra “paliativo” reforça que essa ação não resolve a causa de fundo do problema.

3. “O fim do tráfico passa por uma mudança profunda...”
> Ou seja, a libertação é necessária, mas insuficiente. A erradicação só virá com mudanças estruturais no modelo econômico.

A questão afirma que os termos "febre", "antitérmico" e "paliativo" expressam uma analogia com um sistema doente, e que a libertação dos trabalhadores é parte da solução, mas não a solução completa, portanto, a assertiva está correta.
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