Então, a travessia das veredas sertanejas é mais
exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos,
o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a
perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra
o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o;
enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o
com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos
estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e
léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas,
de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados,
apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos
pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da
flora agonizante...
CUNHA, E. Os sertões. Disponível em: http://pt.scribd.com.
Acesso em: 2 jun. 2012.