A solidão nas cidades grandes é muito mais um sinal da
precariedade do sentido da comunidade e da convivência,
é mais um problema sociocultural do que de escolha individual.
Certamente ela reflete a impossibilidade de retornar
às florestas, como um dia fez Henry Thoreau. As florestas
estão em extinção, assim como, curiosamente, a ideia de
humanidade. Resta fugir para a moderna caverna na selva
de pedra — sem querer reeditar lugares-comuns — que
é a casa de cada um. A solidão é, assim, a categoria política que expressa
a nostalgia de uma vivência de si mesmo. Ela é, por isso,
a tentativa de preservar a subjetividade e a intimidade
consigo mesmo que não tem lugar no contexto de relações
sociais transformadas em mercadorias baratas.
A sociedade da antipolítica precisa tratar a solidão
como uma pena e um mal-estar quando não consegue
olhar para a miséria da vez: o fetiche da hiperconectividade,
que ilude que não somos sozinhos. TIBURI, M. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br. Acesso em: 7 out. 2011. Marcia Tiburi trata de um tema relevante para a sociedade
moderna: a convivência interpessoal e a hiperconectividade
vivenciada no ciberespaço. O texto classifica-se, quanto
ao gênero textual, como artigo de opinião, porque
✂️ a) busca resolver a causa da perda de sentido ocorrida
na convivência interpessoal. ✂️ b) procura definir a solidão como uma epidemia que está
além das doenças humanas. ✂️ c) tenta explicar o comportamento do homem
contemporâneo tendo como padrão o homem das
cavernas. ✂️ d) objetiva expressar o ponto de vista de que o
mal-estar provocado na sociedade decorre da
hiperconectividade. ✂️ e) procura discutir os desejos dos antipolíticos que
destroem a intimidade na tentativa de preservar a
subjetividade.