Foram 11 bilhões de palavras examinadas em mais
de três milhões de livros que mostraram que a linguagem
usada em romances, durante mais de cem anos, é sexista.
Um grupo de cientistas realizou um descomunal trabalho
de campo no qual analisou de forma maciça textos escritos
em inglês em livros publicados entre 1900 e 2008. O que
foi analisado exatamente? A correlação entre gêneros
e qualificativos em busca de um padrão: o tratamento
diferente entre mulheres e homens em textos escritos. O estudo utilizou um sistema baseado em inteligência
artificial e aprendizagem de máquina para analisar, palavra
por palavra, as obras publicadas nesse período. A análise
concluiu que as mulheres recebem apenas qualificativos
relacionados ao seu físico, enquanto para os homens as
referências se concentram principalmente em sua força
e personalidade. Os atributos negativos relacionados ao
físico e à aparência nessas obras são observados até
cinco vezes mais nas mulheres do que nos homens.
Os algoritmos aprendem com os textos já escritos e
publicados. Assim, um sistema pode considerar bom um
modelo que se repete várias vezes (por exemplo, aquele
relacionado à beleza e à mulher) e assimilá-lo em sua
execução atual.
ZURIARRAIN, J. M. Disponível em: https://brasil.elpais.com.
Acesso em: 5 nov. 2021 (adaptado).
O desenvolvimento de tecnologias, como os algoritmos
e a inteligência artificial, permite a análise de um grande
volume de dados. Nesse texto, a utilização desses
recursos
✂️ a) avalia as qualidades positivas atribuídas aos homens. ✂️ b) revela a materialidade linguística de estereótipos de
gênero. ✂️ c) indica a pouca eficácia da aprendizagem de máquina. ✂️ d) questiona a linearidade de padrões linguísticos. ✂️ e) atesta cientificamente as diferenças sociais.