A escrita é uma tecnologia intelectual que vem
auxiliar o trabalho biológico. É como uma nova memória,
situada fora do sujeito, e ilimitada. Com ela não é mais
necessário reter todos os relatos - este auxiliar cognitivo
vem, portanto, relativizar a memória para que a mente
humana possa desviar sua atenção consciente para
outros recursos e faculdades.
Se é arriscado associar diretamente o surgimento
da ciência ao da escrita, podemos, de qualquer forma,
afirmar que a escrita deu impulso e desempenhou um
papel fundamental na construção do discurso científico.
O distanciamento possibilitado pela grafia no papel traz o
registro das experiências e das hipóteses, o conhecimento
especulativo, o documentário de comprovações, a
compilação de teorias e de paradigmas em torno dos
quais as comunidades científicas vão se agrupar.
RAMAL, A. C. Educação na cibercultura : hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem.
Porto Alegre: Artmed, 2002.
O advento da escrita como tecnologia intelectual está
diretamente ligado a uma série de mudanças na forma
de pensar e de construir o conhecimento nas sociedades.
A partir do texto, constata-se que, na elaboração do
discurso científico, a escrita
✂️ a) determinou de que modo a sociedade científica
deveria se organizar para avançar. ✂️ b) possibilitou que os pesquisadores se distanciassem
de informações presentes na memória. ✂️ c) permitiu que fossem documentados conceitos e
saberes advindos de experiências realizadas. ✂️ d) facilitou que as informações ficassem armazenadas
igualmente na memória e no papel. ✂️ e) consentiu que a atenção dos homens se desviasse
para os saberes antigamente inalcançáveis.