A ascensão das novas tecnologias de comunicação
causou alvoroço, quando não gerou discursos
apocalípticos acerca da finitude dos objetos nos quais
se ancorava a cultura letrada. As atenções voltaram-se,
sobretudo, para o mais difundido de todos esses objetos:
o livro impresso. A crer nesses diagnósticos sombrios, os
livros e a noção romântica de autoria estavam fadados
ao desaparecimento. O triunfo do hipertexto e a difusão
dos e-books inscreveriam um marco na linha do tempo,
semelhante aos daqueles suscitados pelo advento da
escrita e da “revolução do impresso”. Decerto porque
as mudanças no padrão tecnológico de comunicação
alteram práticas e representações culturais. Contudo, os
investigadores insistem que uma perspectiva evolutiva
e progressiva acaba por obscurecer o fato de que as
normas, as funções e os usos da cultura letrada não
são compartilhados de maneira igual, como também não
anulam as formas precedentes.
Apesar dos avanços, a história da leitura não pode
restringir seu interesse ao livro, tendo de considerar outras
formas de impresso de ampla circulação e suportes de
textos não impressos. Isso é particularmente relevante
no Brasil, onde a imprensa aportou tardiamente e o
letramento custou a se espalhar pela sociedade.
SCHAPOCHNIK, N. Cultura letrada: objetos e práticas – uma introdução. In: ABREU, M.;
SCHAPOCHNIK, N. (Org.). Cultura letrada no Brasil : objetos e práticas.
Campinas: Mercado das Letras, 2005 (adaptado).
Nesse texto, ao abordar o desenvolvimento da cultura
letrada no país, o autor defende a ideia de que
✂️ a) livros eletrônicos revolucionam ações de letramento. ✂️ b) veículos midiáticos interferem na formação de leitores. ✂️ c) tecnologias de leitura novas desconsideram as
anteriores. ✂️ d) aparatos tecnológicos prejudicam hábitos culturais. ✂️ e) práticas distintas constroem a história da leitura.