Para os chineses da dinastia Ming, talvez as favelas
cariocas fossem lugares nobres e seguros: acreditava-se
por lá, assim como em boa parte do Oriente, que os
espíritos malévolos só viajam em linha reta. Em vielas
sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações
malditas. Qualidades sobrenaturais não são as únicas
razões para considerarmos as favelas um modelo urbano
viável, merecedor de investimentos infraestruturais
em escala maciça. Lugares com conhecidos e sérios
problemas, elas podem ser também solução para uma
série de desafios das cidades hoje. Contanto que não
sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso.
As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno
e sua história se confunde com a formação do Brasil.
CARVALHO, B. A favela e sua hora. Piauí , n. 67, abr. 2012.
Os enunciados que compõem os textos encadeiam-se
por meio de elementos linguísticos que contribuem para
construir diferentes relações de sentido. No trecho “Em vielas
sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações
malditas”, o conector “portanto” estabelece a mesma relação
semântica que ocorre em
✂️ a) “[...] talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres
e seguros [...].” ✂️ b) “[...] acreditava-se por lá, assim como em boa parte
do Oriente [...].” ✂️ c) “[...] elas podem ser também solução para uma série
de desafios das cidades hoje.” ✂️ d) “Contanto que não sejam encaradas com olhar
pitoresco ou preconceituoso.” ✂️ e) “As favelas são, afinal , produto direto do urbanismo
moderno [...].”