Muitos trabalhos recentes de arte digital não consistem
mais em objetos puros e simples, que se devem admirar
ou analisar, mas em campos de possibilidades, programas
geradores de experiências estéticas potenciais. Se já era
difícil decidir sobre a paternidade de um produto da cultura
técnica, visto que ela oscilava entre a máquina e os vários
sujeitos que a manipulam, a tarefa agora torna-se ainda
mais complexa.
Se quisermos complicar ainda mais o esquema da
criação nos objetos artísticos produzidos com meios
tecnológicos, poderíamos incluir também aquele que
está na ponta final do processo e que foi conhecido pelos
nomes (hoje inteiramente inapropriados) de espectadores,
ouvintes ou leitores: numa palavra, os receptores de
produtos culturais.
MACHADO, A. Máquina e imaginário : o desafio das poéticas tecnológicas.
São Paulo: Edusp, 1993 (adaptado).
O autor demonstra a crise que os meios digitais
trazem para questões tradicionais da criação artística,
particularmente, para a autoria. Essa crise acontece
porque, atualmente, além de clicar e navegar, o público
✂️ a) analisa o objeto artístico. ✂️ b) anula a proposta do autor. ✂️ c) assume a criação da obra. ✂️ d) interfere no trabalho de arte. ✂️ e) impede a atribuição de autoria.