Em “Sonhos para adiar o fim do mundo”, o pensador Ailton
Krenak conta-nos que um pajé Xavante sonhou que a terra ficaria desolada diante da ação predatória dos homens brancos.
Escreve Krenak no livro:
“Foi ali que eu atinei que tinha algo na perspectiva dos povos
indígenas, em nosso jeito de observar e pensar, que poderia
abrir uma fresta de entendimento nesse entorno que é o mundo do conhecimento. Naquele tempo eu comecei a visitar as
florestas (...) e, por todos os lados, os pajés diziam: ‘vocês precisam tomar cuidado porque o mundo dos brancos está invadindo a nossa existência.’ Invadindo.”.
(KRENAK, A. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, p. 35-36, 2020.) No trecho, as preocupações dos pajés evocam
✂️ a) o trauma de variados povos indígenas das florestas, decorrente das frestas de entendimento sobre o passado colonial
extrativista. ✂️ b) a adoção da diversidade de perspectivas, embora os homens
brancos reconheçam a falibilidade do sistema de dominação
presente. ✂️ c) a diferença de perspectivas na relação homem-natureza,
com a valorização da busca de um conhecimento não predatório. ✂️ d) a resistência indígena a partir do sonho de que os homens
brancos deixem de ameaçar a existência dos povos originários.