A Odisseia choca-se com a questão do passado. Para
perscrutar o futuro e o passado, recorre-se geralmente ao
adivinho. Inspirado pela musa, o adivinho vê o antes e o
além: circula entre os deuses e entre os homens, não todos
os homens, mas os heróis, preferencialmente mortos gloriosamente em combate. Ao celebrar aqueles que passaram,
ele forja o passado, mas um passado sem duração, acabado.
(François Hartog. Regimes de historicidade:
presentismo e experiências do tempo , 2015. Adaptado.)
O texto afirma que a obra de Homero
✂️ a) questiona as ações heroicas dos povos fundadores da
Grécia Antiga, pois se baseia na concepção filosófica de
physis . ✂️ b) valoriza os mitos em que os gregos acreditavam e que
estão no fundamento das concepções modernas de tempo e história. ✂️ c) é fundadora da ideia de história, pois concebe o passado
como um tempo que prossegue no presente e ensina os
homens a aprenderem com seus erros. ✂️ d) identifica uma forma do pensamento mítico e uma visão
de passado estranha à ideia de diálogo entre temporalidades, que caracteriza a história. ✂️ e) desenvolve uma abordagem crítica do passado e uma reflexão de caráter racionalista, semelhantes à da filosofia
pré-socrática.