Texto associado. Afora espíritos essencialmente satíricos e caricatos como Emílio de Menezes, outros havia, como Lima Barreto, que parece se vingavam das desditas da existência transbordando o fel da maledicência travestido em constantes ataques a tudo e a todos. (...) Raro era o homem de letras e, até mesmo, o homem público que tivesse passado a vida sem experimentar a vivência belicosa da polêmica. Tal era a frequência, que tinha foros de gênero literário que alguém poderia cultivar e no qual fosse, por assim dizer, um especialista. As biografias dos grandes homens da época são, a esse respeito, bastante instrutivas. Não são poucos aqueles cujos biógrafos qualificam de polemista como poderiam qualificar de publicista, romancista ou polígrafo .
(Antonio Luís Machado Neto, Estrutura social da república das Letras: sociologia da vida intelectual brasileira 1870-1930 , Edusp)
Parafraseando o trecho: “vingavam das desditas da existência transbordando o fel
da maledicência travestido em constantes ataques a tudo e a todos. ”, tem-se:
✂️ a) indizíveis fatos da vida geram o ódio da
blasfêmia embutido em ataques verbais à
sociedade. ✂️ b) infelicidades da vida produzem o veneno
do maldizer disfarçado em crítica generalizada. ✂️ c) trajetórias malditas da existência se transformam em aversão atroz ao próximo. ✂️ d) conflitos existenciais criam o amargor
pessimista disfarçado em ameaça geral à
humanidade. ✂️ e) injúrias da vida originam inimigos figadais, provocando violentas discussões
verbais entre as pessoas.