A propriedade sobre escravos não se limitava a grandes
senhores de engenho, fazendeiros e mineradores. Tanto
no campo como na cidade era grande o número de pequenos escravistas, donos de um, dois, três escravos,
trabalhadores na pequena lavoura, nos serviços de rua
ou no de casa. Por todas essas características, os escravos marcaram em profundidade os costumes, o imaginário, a cultura [...] de nossa população. Tendo sido o
Brasil o último país do hemisfério a abolir a escravidão,
em 1888, pode-se dizer que a história do século XIX brasileiro, que viu esse imenso território formar-se enquanto
nação independente, se confunde com a história do apogeu e da queda do regime escravista.
(João José Reis, “’Nos achamos em campo a tratar da liberdade’:
a resistência negra no Brasil oitocentista”. In: Carlos Guilherme Motta (org.)
Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500 – 2000). Formação:
histórias. São Paulo: Editora SENAC, 2000)
O excerto refere-se
✂️ a) à proclamação da República no Brasil como resultado direto da mudança da forma de exploração do
trabalho produtivo no país. ✂️ b) aos fatores dinâmicos constitutivos da sociedade
brasileira vinculados às particularidades da escravização da mão de obra no país. ✂️ c) à manutenção da integridade territorial do Brasil
como consequência da homogeneidade da organização produtiva no conjunto das regiões do país. ✂️ d) ao crescimento da acumulação de capitais nas empresas agrícolas brasileiras devido à longa permanência do trabalho compulsório no país. ✂️ e) ao componente de contestação política permanente
na sociedade brasileira como herança das rebeliões
de escravizados na história do país.