Leia o texto a seguir:
Ao lado de meu interesse por temas específicos e
variados, se criou para sempre um amplo interesse
metodológico — talvez relacionado ao meu antigo interesse por filosofia — que subjaz, meio obsessivamente,
a tudo o que escrevo. Quando decidi estudar feitiçaria,
não estava fundamentalmente interessado na perseguição às bruxas, mas o que me seduzia era abordar as
perguntas dos inquisidores de modo a poder escapar de
seu controle, o que, evidentemente, envolvia um problema metodológico.
(Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke. As muitas faces da história –
Nove entrevistas. São Paulo: Editora UNESP, 2000. Adaptado)
O trecho, destacado da entrevista da autora Maria
Lúcia Garcia Pallares Burke com o historiador italiano
Carlo Ginzburg, discute uma metodologia de pesquisa
histórica relacionada à leitura dos documentos
✂️ a) nas entrelinhas e a contrapelo, desvirtuando as
intenções das evidências, indo contra ou além das
razões pelas quais elas foram construídas, adotando uma estratégia de leitura tortuosa. ✂️ b) de maneira literal, sendo o mais fiel possível àquilo que está escrito nos textos, fazendo a exegese
do documento por meio de uma leitura aprofundada
deste a partir de sua finalidade. ✂️ c) por meio da crítica externa, buscando antes de tudo
validar a sua autenticidade, a sua originalidade e o
seu ineditismo na pesquisa histórica, além de definir
a sua datação com precisão. ✂️ d) por meio da crítica interna, com o objetivo de
compreender o conteúdo do documento histórico
mediante sua interpretação, além de identificar a
intenção de quem o produziu ✂️ e) nos seus aspectos formais, relacionados ao uso da
língua, à estética e ao suporte escolhidos por quem
o produziu, levando em consideração as suas condições materiais de existência.