Recentemente, principalmente em períodos eleitorais, o tema
moradia vem ganhando cada vez mais destaque na imprensa
brasileira. Leia o trecho da reportagem feita pelo G1 de
Pernambuco, em 2018:
MTST ocupa prédio na Praça da Independência, no Centro
do Recife
O prédio de número 91 da Praça da Independência, no bairro
de Santo Antônio, na área central do Recife, se tornou local de
protestos desde a madrugada desta terça-feira (19).
Manifestantes do Movimento de Trabalhadores Sem Teto
(MTST) ocuparam o local, numa ação de luta pelo direito à
moradia das mulheres do estado. (...) O grupo de
manifestantes, que é formado majoritariamente por mulheres,
chegou no local por volta das 23h da segunda-feira e dividiu
as famílias no espaço. Uma corrente grossa foi colocada na
porta para não permitir a entrada de outras pessoas. O MTST
afirma contar com cerca de 300 mulheres e crianças na
manifestação. De acordo com o movimento, o objetivo é criar
um meio de comunicação com a prefeitura e o governo do
estado para que o edifício seja destinado a moradias
populares e ganhe uma nova utilidade.
(Fonte: G1 PE, 2018. Disponível em:
A reportagem destaca uma forma de organização social que
ocorre nas metrópoles brasileiras. O objetivo final justificado
pelos movimentos urbanos de moradia é o de:
a) Invadir a propriedade privada e utilizá-la ilegalmente como
meio de subsistência, arrendando posteriormente o terreno
para alugueis.
b) Criar demanda especulativa nas áreas mais centrais das
cidades, pois, com as ocupações, os prédios são
automaticamente reformados e recebem infraestrutura
adequada, o que interessa ao mercado imobiliário.
c) Pressionar o poder público para a criação de habitações de
interesse social, regularizando a situação do imóvel, muitas
vezes em situação irregular há tempos, seguindo mecanismos
do mercado imobiliário.
d) Acelerar o processo de desvalorização e degradação das
áreas centrais das metrópoles brasileiras, uma vez que as
invasões desta natureza servem para o estímulo de atividades
ilegais.
e) Expulsar as pessoas que se encontram em situação de rua e
inserir aquelas que tem algum tipo de renda nesses tipos de
habitação, para servir como forma de limpeza social,
revalorando os centros urbanos e criando demanda de
mercado.