Leia o texto a seguir.
Casa Velha Da Ponte
Velho documentário de passados tempos, vertente viva de
estórias e de lendas. [...]. Minha bisavó falava de seus antigos
ancestrais. O primeiro lembrado de outra bisavó – um certo
Thebas Ruiz, recebedor dos quintos reais, antes de morrer
enterrou no porão da casa ouro avultado, grossas barras,
moedas e mais lavrados. Para não seguir preso para Portugal,
prevaricador da Real Coroa, sonegador e esbanjador dos
Quintos de El-Rei, bebeu seu copo de veneno, tendo antes feito
beber ao seu antigo escravo de confiança, que muito sabia e
podia contar. Depois veio um Sangento-mor, bisavô de muitos,
português colonial. Um Cônego Couto, liberal e dono de
moedas, montes de ouro, prataria. Contava minha bisavó que
esse senhor Cônego Couto, feito suas Humanidades em
Coimbra, só almoçava sua gorda feijoada goiana em pratos e
talheres de ouro. Um capitão da guarda nacional, que dragonou
milhares de homens felizes e analfabetos, capitães, majores e
coronéis, enfeitados com galões dourados e vitalícios sem
percalços de reforma. Um desembargador da Monarquia – meu
pai –, minha mãe viúva. Minhas irmãs, eu, afinal a última
sobrevivente de gerações passadas.
CORALINA, Cora. Estórias da casa velha da ponte . 9.ed. São Paulo: Global, 2000.
O texto de Cora Coralina faz referência ao quinto real. Esse
elemento era
a) o imposto cobrado pela coroa portuguesa que correspondia
ao quinto sobre o valor do ouro prospectado da colônia,
seja em forma de pó ou de pepitas.
b) o imposto estabelecido individualmente por cada área
da colônia portuguesa nas américas e que variava entre
1% e 50% sobre o valor do ouro prospectado.
c) o lucro dos senhores de escravos que retiravam ouro em
forma de pepita.
d) o lucro dos indígenas e negros que prospectavam ouro por
conta própria nas regiões do interior da colônia portuguesa.